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14/02/2024 às 14h43min - Atualizada em 14/02/2024 às 14h43min

Impacto de asteroide pode ter transformado a Terra em "bola de neve" no passado

Nosso planeta congelou quase que por inteiro há cerca de 700 milhões de anos

History
UNIVERSIDADE YALE E UNIVERSIDADE DE SYDNEY
Há cerca de 700 milhões de anos, a Terra congelou quase que por inteiro, se tornando uma espécie de "bola de neve". Dois novos estudos identificaram as possíveis causas do fenômeno. Um deles diz que o período glacial foi provocado pela queda de um asteroide, enquanto outro levanta a hipótese de que eventos vulcânicos seriam responsáveis pelo frio extremo. 

Asteroide ou atividade vulcânica?
Para o primeiro estudo, os pesquisadores utilizaram um modelo climático que representa a circulação atmosférica e oceânica, bem como a formação de gelo marinho, em diferentes condições. Os cientistas aplicaram o seu modelo às consequências de um hipotético impacto de asteróide em quatro períodos distintos do passado. Para os cenários do Último Máximo Glacial e do Neoproterozóico, as projeções indicaram que a queda de um objeto espacial poderia ter colocado a Terra num estado de “bola de neve”.


“O que mais me surpreendeu nos nossos resultados é que, dadas as condições climáticas iniciais suficientemente frias, um estado de 'bola de neve' após o impacto de um asteroide pode desenvolver-se sobre o oceano global em questão de apenas uma década”, disse Alexey Fedorov, pesquisador da Universidade Yale e coautor do estudo, publicado no periódico Science Advances. “Naquela altura, a espessura do gelo marinho na Linha do Equador atingiria cerca de 10 metros. Isto pode ser comparado com uma espessura típica de gelo marinho de um a três metros no Ártico moderno”, afirmou.

Já o outro estudo, assinado por pesquisadores australianos e publicado no periódico Geology, trabalha com outra teoria. “Várias causas foram propostas para o desencadeamento e o fim desta era glacial extrema, mas o aspecto mais misterioso é por que ela durou 57 milhões de anos – um período de tempo difícil para nós, humanos, imaginarmos”, disse Adriana Dutkiewicz, líder do estudo e pesquisadora da Universidade de Sydney.

Usando modelos de placas tectônicas que explicam a evolução dos continentes, os pesquisadores perceberam que o início da era glacial está correlacionado com um nível mais baixo de emissões vulcânicas de CO2. “Agora acreditamos que desvendamos o mistério: emissões vulcânicas de dióxido de carbono historicamente baixas, auxiliadas pelo desgaste de uma grande pilha de rochas vulcânicas no que hoje é o Canadá; um processo que absorve o dióxido de carbono atmosférico”, afirmou a pesquisadora.  "O resultado foi que o CO2 atmosférico caiu a um nível em que a glaciação entrou em ação", completou o coautor Dietmar Müller, da Universidade de Sydney.
 
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