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08/03/2024 às 16h13min - Atualizada em 08/03/2024 às 16h13min

Cientistas se surpreendem ao descobrir vermes resistentes à radiação em Chernobyl

A descoberta pode oferecer pistas valiosas para a pesquisa sobre o câncer em humanos

Imagem/UNIVERSIDADE DE NOVA YORK
Uma equipe de cientistas descobriu que uma espécie de verme que habita a zona de exclusão de Chernobyl apresenta capacidade de resistir aos efeitos da radiação. Análises indicam que os nematoides não apresentam danos genéticos aparentes como resultado de sua exposição ao ambiente afetado pelo acidente nuclear. Um estudo sobre a descoberta foi publicado na revista PNAS.

Impactos da radiação

Nos últimos anos, pesquisadores descobriram que alguns animais que vivem na zona de exclusão de Chernobyl são fisicamente e geneticamente diferentes de seus equivalentes em outras partes, levantando questões sobre o impacto da radiação crônica no DNA. "Chernobyl foi uma tragédia de escala incompreensível, mas ainda não entendemos bem os efeitos do desastre nas populações locais", disse Sophia Tintori, professora da Universidade de Nova York e autora principal do estudo. "Será que a mudança ambiental repentina selecionou espécies, ou até mesmo indivíduos dentro de uma espécie, que são naturalmente mais resistentes à radiação ionizante?", questionou.

Para o estudo, a equipe analisou vermes da espécie Oscheius tipulae. Essas criaturas têm genomas simples e reprodução rápida, sendo possível investigar várias gerações delas em um curto espaço de tempo. Os vermes foram coletados em locais com diferentes níveis de radiação na zona de exclusão, variando de baixos níveis até locais de alta radiação.

Em seguida, os pesquisadores sequenciaram os genomas de 15 vermes de Chernobyl e os compararam com os genomas de cinco outros exemplares de outras partes do mundo. Os cientistas ficaram surpresos ao descobrir que não conseguiram detectar danos causados pela radiação nos genomas dos vermes de Chernobyl. "Isso não significa que Chernobyl seja seguro - o mais provável é que os nematoides são animais realmente resilientes e podem suportar condições extremas", observou Tintori.

A descoberta oferece pistas valiosas para a pesquisa do câncer. As variações individuais na resposta ao dano do DNA são uma área de grande interesse para os cientistas que buscam compreender por que algumas pessoas com predisposição genética ao câncer desenvolvem a doença enquanto outras não.

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