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01/11/2023 às 17h03min - Atualizada em 01/11/2023 às 17h03min

Cientistas descobrem um oceano de magma sob a crosta de Marte

Dados coletados pela NASA sugerem que o núcleo do Planeta Vermelho não é tão denso quanto se acreditava anteriormente

History
Imagem/Divulgação Nasa
Dois estudos publicados na revista Nature estão redefinindo o que se sabe sobre o tamanho e a composição do núcleo de Marte. Os cientistas descobriram a existência de uma extensa camada de magma que envolve o núcleo metálico no interior marciano. As pesquisas sugerem que o núcleo do Planeta Vermelho não é tão denso quanto se acreditava anteriormente.

Abalos sísmicos
As equipes lideradas por Amir Khan, da ETH Zürich, na Suíça, e Henri Samuel, do Institut de Physique du Globe, de Paris, na França, avaliaram de forma independente os dados da missão InSight, da NASA, que chegou a Marte em novembro de 2018. Os cientistas se concentraram em um dado em particular: a queda de um meteorito no Planeta Vermelho, em 2021. O impacto causou abalos sísmicos captados por um sismógrafo da missão.


Propagação das ondas do impacto do meteorito no estrutura interna de Marte captadas pelo sismógrafo da NASA (Imagem: IPGP/CNES/N. Starter/Divulgação, via EurekAlert)

Ao estudar os tempos de propagação das ondas geradas pelo impacto do meteorito, os cientistas foram capazes de localizar e identificar uma fina camada de silicatos fundidos (minerais formadores de rocha que constituem a crosta e o manto de Marte e da Terra) situada entre o manto e o núcleo marciano. Com a descoberta dessa camada fundida, os pesquisadores determinaram que o núcleo de Marte é mais denso e menor do que as estimativas anteriores, uma conclusão que se alinha melhor com outros dados geofísicos e análises de meteoritos marcianos.

Os pesquisadores propõem que Marte provavelmente experimentou um estágio inicial de oceano de magma, cuja cristalização produziu uma camada estável na base do manto, altamente enriquecida em ferro e elementos radioativos. O calor liberado por este último gerou uma camada basal de silicatos fundidos localizada acima do núcleo, recoberta por uma camada mais fina parcialmente fundida.

Segundo os cientistas, a estrutura estratificada do interior do manto de Marte, que contrasta com a da Terra, indica evoluções internas diferentes nos dois planetas. “A descoberta desta estratificação no manto marciano abre novos horizontes de investigação, uma vez que os dados sísmicos registados pelo instrumento SEIS da missão InSight serão agora reconsiderados à luz deste novo paradigma”, disse Mélanie Drilleau, engenheira de pesquisa do ISAE-SUPAERO e coautora do estudo.

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