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04/04/2024 às 10h58min - Atualizada em 04/04/2024 às 10h58min

MPMG vai investigar promotor que chamou advogada de 'galinha garnizé'

O caso se tornou público nesta terça-feira (3 de abril), e teve grande repercussão; uma Notícia de Fato foi registrada para esclarecimento

Assessoria de imprensa
Foto: Advogada gravou trechos de discussão durante tribunal do júri em BH — Foto: Arquivo Pessoal
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que vai apurar a conduta de um promotor que teria chamado a advogada criminalista Sarah Quinetti de "galinha garnizé" durante um tribunal de júri na última terça-feira (26 de março), em Belo Horizonte. De acordo com nota enviada pelo órgão, "foi registrada, pela Corregedoria-Geral do Ministério Público de Minas Gerais, Notícia de Fato para esclarecimento das circunstâncias do evento".
 
O caso se tornou público nesta quarta-feira (3 de abril), e teve grande repercussão. Representantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) solicitaram à corregedoria do órgão o afastamento do promotor.

A denúncia
A advogada Sarah Quinetti disse que, durante as suas participações no julgamento, ela foi repetidas vezes interrompida e diminuída pelo promotor, o que não acontecia com os outros advogados homens. “Foi ali que comecei a perceber esse tratamento, estava desigual. Ele me interrompia, me agredia com as palavras. Eu fiquei calada, mas ele continuou, até explodir. Eu estava explicando uma tese da defesa quando ele me chamou a primeira vez de galinha garnizé”, contou.

A advogada ainda afirmou que foi questionada sem embasamento no processo e, quando desistiu de tentar apresentar a tese, o promotor a provocou pela roupa que usava. “Eu desisti. Eu disse: ‘o senhor está me atrapalhando desde o início, talvez se eu trocar de beca com um dos homens o senhor passe a me respeitar’. Mesmo sem a beca, estava toda tampada, de blusa de manga cumprida, e ele me perguntou se iria fazer striptease. É decepcionante”, lamentou. De acordo com ela, o promotor disse no tribunal que só respeitaria a juíza.

Durante as declarações, a advogada começou a gravar a discussão, registrando as falas do promotor.  As juradas se levantaram e o júri foi interrompido. “Era isso que ele queria, ele me diminuiu o tempo todo por eu ser ‘menina nova’, mas sabia que eu estava argumentando melhor”, disse.

Ela também denunciou que o promotor de Justiça zombou da sua bíblia, que ela levou para o tribunal. “Uma falta de respeito com a minha religião, é intolerância religiosa”, acrescentou. As denúncias feitas por Sarah foram registradas na ata do tribunal do júri.


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