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10/10/2023 às 11h14min - Atualizada em 10/10/2023 às 11h14min

7 pontos para entender a origem do conflito entre Israel e Palestina

Tensão voltou a escalar na região após ataques do Hamas aos israelenses

History
Imagem/Divulgação
A tensão voltou a escalar no Oriente Médio após o maior ataque já registrado do grupo palestino Hamas contra Israel. O conflito na região é uma questão complexa e multifacetada que tem raízes profundas na história e na geopolítica local. Para entender melhor essa disputa de longa data, é importante considerar sete pontos-chave que ajudam a esclarecer a sua origem:

1 - Origens históricas

Antigo mapa da Palestina (Imagem:: iStock.com)
A história da Palestina tem sido marcada por frequentes conflitos políticos. Ao longo do tempo, o território foi governado por diversos grupos, incluindo os assírios, babilônios, persas, gregos, romanos, árabes, fatímidas, turcos seljúcidas, cruzados, egípcios e mamelucos.

Entre 1517 a 1917, o Império Otomano governou grande parte da região. Quando a Primeira Guerra Mundial terminou, em 1918, os britânicos assumiram o controle da Palestina. A Liga das Nações emitiu um mandato britânico para a região (um documento que deu à Grã-Bretanha o controle administrativo sobre a região e incluiu disposições para o estabelecimento de uma pátria nacional judaica) que entrou em vigor em 1923.

O conflito atual remonta ao final do século XIX e início do século XX, quando o sionismo, um movimento político que buscava o estabelecimento de um estado judeu na Palestina, ganhou força. A Declaração de Balfour em 1917, que prometeu o apoio do Império Britânico ao estabelecimento de um "lar nacional para o povo judeu" na Palestina, foi um marco importante nesse processo.

2 - Partilha da Palestina

David Ben-Gurion faz a Declaração de Independência do Estado de Israel  (Imagem: Rudi Weissenstein/Ministério das Relações Exteriores de Israel/Domínio Público, via Wikimedia Commons)

Após a Segunda Guerra Mundial, as Nações Unidas propuseram a partilha da Palestina em um estado judeu e um estado árabe, o que foi aceito pelos líderes judeus, mas rejeitado pelos árabes. Isso levou ao conflito de 1947-1949, que resultou na criação do Estado de Israel e na diáspora palestina, conhecida como Nakba, que significa "catástrofe" em árabe.

Em 1948, Israel se tornou oficialmente um estado independente. Quase imediatamente, os exércitos árabes vizinhos avançaram para impedir o estabelecimento do estado israelense. A Guerra Árabe-Israelense de 1948 envolveu Israel e cinco nações árabes: Jordânia, Iraque, Síria, Egito e Líbano. No final da guerra, em julho de 1949, Israel controlava mais de dois terços do antigo Mandato Britânico, enquanto a Jordânia assumiu o controle da Cisjordânia e o Egito assumiu o controle da Faixa de Gaza.

3 - Disputa por Jerusalém


Jerusalém (Imagem: iStock.com)

Jerusalém é uma cidade sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos. Desde sua fundação, há mais de cinco mil anos, a cidade tem uma história atribulada: já foi destruída, invadida, cercada e capturada inúmeras vezes. A cidade foi dominada por judeus, assírios, macedônicos, romanos, muçulmanos e Templários católicos.

A disputa pelo controle de Jerusalém é uma das maiores fontes de tensões entre Israel e Palestina, pois ambos os povos reivindicam a cidade como sua capital. Depois da primeira guerra árabe-israelense, sua parte ocidental foi declarada a capital oficial do Estado de Israel, em 1950. Além disso, instalou-se ali a sede da residência presidencial, o Parlamento Israelense (Knesset), a Suprema Corte e outras instituições administrativas.

4 - Guerra dos Seis Dias

Tanques israelenses avançam nas Colinas de Golã  (Imagem: Assaf Kutin/Governo de Israel/Domínio Público, via Wikimedia Commons )

Travada em 1967, a Guerra dos Seis Dias envolveu Israel de um lado e os países árabes (Síria, Egito, Jordânia e Iraque apoiados pelo Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão) de outro. No fim do conflito, Israel ocupou a Cisjordânia, Gaza, Jerusalém Oriental e as Colinas de Golã. Essa ocupação de territórios palestinos tem sido uma fonte contínua de tensão e conflito.

5 - Primeira Intifada e os Acordos de Oslo


Yitzhak Rabin, Bill Clinton e Yasser Arafat durante os Acordos de Oslo (Imagem: Vince Musi/Casa Branca/Domínio Público, via Wikimedia Commons)

Em 1987, eclodiu a Primeira Intifada, fruto da revolta palestina contra a contínua ocupação israelense de Gaza e da Cisjordânia. Violentos combates, atentados e repressão de protestos deixaram um saldo de centenas de mortos.

Um processo de paz, conhecido como Acordos de Oslo, foi iniciado no início da década de 1990, numa tentativa multilateral de pôr fim à violência. O primeiro acordo criou um calendário para um processo de paz e um plano para um governo palestino interino em partes de Gaza e da Cisjordânia. O acordo foi assinado em 1993 pelo primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin e pelo líder palestino Yasser Arafat, fundador e presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

Arafat regressou a Gaza em 1994, depois de ter ficado exilado durante 27 anos, e passou a chefiar a recém-formada Autoridade Palestina. Em 1995, o segundo acordo lançou as bases para uma retirada completa das tropas israelenses de partes da Cisjordânia e de outras áreas. Também estabeleceu um calendário para as eleições para o Conselho Legislativo Palestino. Infelizmente, os Acordos de Oslo falharam no seu objetivo final de levar Israel e os palestinos a chegarem a acordo sobre um plano de paz completo.

6 - Segunda Intifada

Segunda Intifada (Imagem: Forças de Defesa de Israel/Domínio Público, via Wikimedia Commons)

Em setembro de 2000, teve início a Segunda Intifada Palestina. Um dos motivos para a violência foi a visita de Ariel Sharon, que mais tarde se tornaria primeiro-ministro de Israel, à Mesquita de al-Aqsa, local sagrado para os muçulmanos, em Jerusalém. Muitos palestinos consideraram que se tratava de uma medida ofensiva e protestaram.

Posteriormente, eclodiram motins, atentados suicidas e outros ataques, pondo fim ao outrora promissor processo de paz. Esse período de violência entre palestinos e israelenses durou quase cinco anos. Yasser Arafat morreu em novembro de 2004. No ano seguinte, o então primeiro-ministro de Israel Ariel Sharon executou um plano de retirada de todos os 8 mil colonos israelenses da Faixa de Gaza, bem como as tropas que os protegiam. 

7 - Extremismo e radicalismo

Bandeira do Hamas (Imagem: iStock.com)

Grupos extremistas de ambos os lados têm alimentado o conflito ao longo dos anos, dificultando os esforços de paz e a coexistência pacífica. Em 2006, o Hamas, um grupo militante islâmico sunita, venceu as eleições legislativas palestinas. Depois disso, os governos do Egito e Israel impuseram um bloqueio à Faixa de Gaza, medida de isolamento econômico e comercial que afeta a região.

Ainda em 2006, ocorreram combates entre o Hamas e o Fatah, o grupo político que controlava a OLP. Em 2007, o Hamas derrotou o Fatah na batalha pelo controle de Gaza. Mesmo após a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza, Israel foi criticado por restringir o movimento de palestinos que entram e saem da região. Ao longo dos anos, ambos os lados têm sofrido com ataques mútuos.

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