Califórnia proíbe a produção de artigos em pele de animal. As multas serão pesadas

O uso de peles verdadeiras na indústria da moda tem gerado uma longa discussão ao longo dos anos. A crueldade animal é o argumento com mais poder para defender o não uso deste material. Porém, existem ainda muitas marcas que o fazem, com o pretexto da qualidade e da falta de boas opções no mercado. Mas se a sede jurídica dessas etiquetas forem na Califórnia (EUA) estão agora proibidas de produzir novas peles.

Em 2019, o estado da Califórnia aprovou uma proibição de peles, por meio da deputada Laura Friedman, autora do projeto de lei 44 da Assembleia para impedir a venda e a fabricação de novas peles no estado norte-americano. A lei entrou agora, no início deste ano, em vigor.

“Os californianos não querem ver os animais viverem e morrerem de maneira cruel pela moda, e estou muito feliz, porque esta lei ajudará a manter os padrões de bem-estar animal do nosso estado, além de potencialmente ajudar a impulsionar a inovação para alternativas de moda mais sustentáveis”, disse Laura Friedman, aqui citada pela “Fashion Network”.

Antes do projeto de lei ter ido para a frente, já quatro cidades do estado tinham aprovado medidas semelhantes. Los Angeles e São Francisco baniram o uso do material em 2018, enquanto Berkley o fez em 2017 e West Hollywood, em 2013.

Os governantes juntam-se desta forma às marcas que ao longo dos últimos cinco anos perceberam que a utilização de uso de pelo animal nas suas coleções, em pleno século XXI, tinha deixado de fazer sentido. No entanto, é ainda, ao contrário do que se esperava, um negócio rentável. As vendas de peças em pele representam, segundo o Censo Económico de 2017, cerca de 574 milhões de dólares. A maioria aconteceu na Califórnia, com 129 milhões de dólares, seguida de Nova Iorque, com quase 115 milhões.

A nova lei aplica-se apenas à venda de peles novas, não de peças vintage. As lojas que continuarem a vender peles enfrentarão multas que variam entre os 500 e os 1000 dólares.