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06/06/2018 às 14h13min - Atualizada em 06/06/2018 às 14h13min

Abrigo para gatos abandonados é criado em meio à guerra da Síria

O responsável pelo abrigo, Mohamad Alaa Jalil, de 34 anos, ficou conhecido como "o homem dos gatos de Alepo".

ANDA - Agência de Notícias de Direitos Animais
Foto: Omar Haj Kadour
Um abrigo para gatos abandonados, que também já abrigou animais de outras espécies, e uma clínica veterinária com atendimento gratuito foram construídos na cidade de Kafr Naha, na Síria, por um morador local.

Após começar a cuidar dos gatos, Mohamad Alaa Jalil, de 34 anos, ficou conhecido como “o homem dos gatos de Alepo”. “Se quiser mostrar compaixão pelas pessoas, comece a ter compaixão por outros seres vivos”, afirmou Mohamad.

O sírio nasceu na cidade de Alepo, a segunda maior do país. Antes da guerra, em 2011, ele trabalhava como eletricista. Na época, ele já ajudava gatos abandonados, alimentando-os na rua. Quando os bombardeios se inciaram, ele começou a trabalhar como motorista de ambulância e continuou a alimentar os animais, muitos deles abandonados por pessoas que fugiram da cidade.

Com o tempo, Mohamad passou também a resgatar gatos, e chegou a manter 170 gatos retirados das ruas. E com doações de amigos e defensores dos animais, ele criou a primeira clínica veterinária de propriedade dele.

O aumento dos bombardeios no final de 2016, no entanto, obrigaram Mohamad a fugir da cidade. “Nós fugimos de um bairro para outro e depois deixamos a cidade”, contou o sírio, que, com a ajuda de amigos, conseguiu levar consigo 22 gatos.

Entre os gatos que foram levados por Mohamad está Sukhoi, mesmo nome dos aviões de combate da Rússia, aliada do regime de Bashar Al-Assad. “Como um Sukhoi, ele deslizava entre os outros gatos e conseguia roubar a comida”, disse à AFP.



Após se mudar para Kafr Naha, em 2017, o sírio criou uma nova clínica veterinária e outro abrigo para gatos. O centro de resgate recebeu o nome de Ernesto, em homenagem ao gato favorito de Mohamad. O local mantém atualmente 18 gatos.

Os cuidados ofertados pela clínica, entretanto, não se restringem aos gatos. “Tratamos todos os tipos de animais gratuitamente: cavalos, vacas e até galinhas”, explicou. O local já realizou 7 mil atendimentos em menos de um ano e funciona graças a um financiamento realizado por meio de campanhas participativas. As informações, da AFP, foram divulgadas pelo site Jornal do Brasil.

E os tratamentos disponibilizados pela clínica surpreendem os clientes pela qualidade. “Fiquei muito surpreso em ver um projeto como esse num contexto de guerra”, afirmou Mohamad Watar, que foi até a clínica para levar um gato tutelado por ele que sofria de intoxicação alimentar. “Eu os vi cuidar de vários tipos de animais, é realmente extraordinário”, completou.

Os riscos da guerra que já causou mais de 350 mil mortes, lamentavelmente, permanecem. No edifício da clínica, marcas de tiros podem ser vistas. Além disso, uma criança foi ferida nas proximidades do local há um mês, segundo informações divulgadas pela própria página da clínica veterinária no Facebook.
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