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15/02/2022 às 11h46min - Atualizada em 15/02/2022 às 11h46min

Megaseca que afeta sudoeste da América do Norte é a pior em mais de mil anos

A megaseca que atinge o sudoeste da América do Norte há duas décadas é a pior dos últimos 1.200 anos, aponta um estudo publicado nesta segunda-feira, o qual destaca que esse episódio, agravado pelas mudanças climáticas, deve continuar em 2022

Casas flutuantes em área reduzida de água do lago Oroville, Califórnia - JOSH EDELSON
Desde 2000, o oeste dos Estados Unidos e o norte do México sofrem com uma seca excepcional, que já dura duas décadas, o que permite classificá-la como "megaseca".

“Após uma seca excepcionalmente severa em 2021, da qual cerca de 19% são atribuíveis às mudanças climáticas induzidas pelo homem, o período 2000-2021 foi o mais seco em 22 anos desde pelo menos o ano 800”, dizem os pesquisadores na revista científica "Nature Climate Change".

Devido às temperaturas muito altas e às precipitações escassas entre os verões de 2020 e 2021, essa megaseca “superou a gravidade” da ocorrida no fim do século XVI, que era a pior registrada nos 1.200 anos analisados pelos cientistas, explicou a Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla). Além disso, esse episódio “deve persistir até 2022, atingindo a duração da megaseca do fim do século XVI”, destaca o estudo.

Mesmo que a chuva retorne, é provável que o impacto dure na região que vai do sul de Montana até o norte do México e do Oceano Pacífico até as Montanhas Rochosas. "É muito pouco provável que essa seca possa ser encerrada por um único ano chuvoso", indicou o geógrafo da Ucla Park Williams, autor principal do estudo.

"Sem as mudanças climáticas, os últimos 22 anos possivelmente continuariam sendo os mais secos dos últimos 300 anos, mas não à altura das megasecas dos anos 1500, 1200 e 1100", observou Williams.

Segundo o estudo, as mudanças climáticas ligadas à atividade humana, que aumentam as ondas de calor e alteram o padrão de chuvas, foram responsáveis por 42% do déficit de umidade do solo no período 2000-2021 nessa área, e 19% em 2021.

Em agosto passado, essa seca crônica no oeste dos Estados Unidos levou o governo federal a impor as primeiras restrições de água no lago Mead, o maior reservatório artificial do país, alimentado pelo rio Colorado.

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