AtaNews Publicidade 1200x90
AtaNews Publicidade 728x90
29/07/2024 às 15h58min - Atualizada em 29/07/2024 às 15h58min

Líderes mundiais parabenizam Maduro por eleições na Venezuela; Brasil permanece em silêncio

Rússia, China, Irã, Honduras, Bolívia, Catar, Cuba e Nicarágua parabenizaram a reeleição de Maduro.

Assessoria de imprensa
O resultado presidencial anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela neste domingo (28), que declarou a vitória do ditador Nicolás Maduro com 51,2% dos votos contra 44,2% de Edmundo González, tem gerado discussões entre líderes ao redor do mundo. A suposta vitória de Maduro tem causado divergências até mesmo entre membros da esquerda, como Gabriel Boric, presidente do Chile, que afirmou não reconhecer "nenhum resultado que não seja verificável". Até o momento, os governos do Brasil, Colômbia e México ainda não se manifestaram sobre o assunto.

Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolás Maduro têm protagonizado uma suposta contenda após o petista alegar ter ficado "assustado" com a ameaça de um "possível banho de sangue" caso o chavista perdesse as eleições em seu país. Na quarta-feira (17), Maduro afirmou que “em 28 de julho, se não querem que a Venezuela caia num banho de sangue, numa guerra civil fratricida como resultado dos fascistas, garantamos o maior sucesso, a maior vitória na história eleitoral do nosso povo”.
Em resposta, Lula disse ter ficado “assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora”, afirmou o petista na segunda-feira (22). Em seu comentário, o chavista não apenas sugeriu que Lula tomasse um “chá de camomila” para acalmar os ânimos, mas também criticou o sistema eleitoral brasileiro por não auditar as eleições.

“Aqui temos 16 auditorias. Em que outra parte do mundo faz isso? (...). No Brasil não auditam um único registro”.  O chavista também criticou o sistema eleitoral colombiano, segundo ele, “não auditam nenhum registro”, alegou Maduro.

Diante da animosidade entre os amigos de longa data, a imprensa focou em enquadrar Maduro como o mais novo “bolsonarista”. Em junho do ano passado, Lula chegou a afirmar que o conceito de democracia é "relativo", numa tentativa de minimizar a tirania do regime venezuelano. No mesmo mês, os dois estavam lado a lado na abertura do Foro de São Paulo, em Brasília, e Lula declarou que "entre amigos não fazemos críticas públicas".

O caso parece ter fragilizado a relação entre Brasil e Venezuela. Não seria inverossímil acreditar que Lula ainda não tenha se manifestado sobre a reeleição de Maduro devido às discussões sobre a credibilidade eleitoral do Brasil e a possível atitude do chavista diante de sua ‘vitória’, especialmente considerando que a oposição continua contestando o resultado do CNE. Da mesma forma, também se ausentaram das manifestações Gustavo Petro, da Colômbia, e Andrés Manuel López Obrador, do México.

Paralelamente, o presidente chileno Gabriel Boric, também de esquerda, afirmou que não reconhecerá “nenhum resultado que não seja verificável”. "O regime de Maduro deve entender que esses resultados são difíceis de acreditar. A comunidade internacional e, sobretudo o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigimos total transparência das atas do processo, e que observadores internacionais não comprometidos com o governo atestem a veracidade dos resultados", publicou em suas redes sociais.

Já Luis Lacalle Pou, do Uruguai, classificou o processo eleitoral venezuelano como “viciado”, dizendo que “não se pode reconhecer um triunfo se não se confia na forma dos mecanismos utilizados para chegar a ele”. Semelhantemente, o ministro das Relações Exteriores do Peru, Javier Gonzalez-Olaechea, condenou “a soma de irregularidades com a intenção de cometer fraudes pelo governo venezuelano”. Para Bernardo Arevalo, presidente da Guatemala, a Venezuela “merece resultados transparentes e precisos que adiram ao desejo do seu povo”.

"Recebemos os resultados anunciados pela CNE com muitas dúvidas. É por isso que missões de observadores eleitorais são essenciais, e hoje mais do que nunca precisam defender o voto dos venezuelanos”, argumentou.

Um pequeno contraste surgiu entre o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, e a vice-presidente do país, Kamala Harris. “Os Estados Unidos apoiam o povo da Venezuela que expressou a sua voz nas históricas eleições presidenciais de hoje. A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada. Apesar dos muitos desafios, continuaremos a trabalhar em prol de um futuro mais democrático, próspero e seguro para o povo da Venezuela”, afirmou a democrata.

No entanto, Blinken alegou que os EUA têm “sérias preocupações” sobre o resultado do CNE. “É fundamental que todos os votos sejam contados de forma justa e transparente, que as autoridades eleitorais partilhem imediatamente informações com a oposição e observadores independentes (...). A comunidade internacional está observando isso de perto e responderá de acordo”, concluiu.

Já a Rússia, China, Irã, Honduras, Bolívia, Catar, Cuba e Nicarágua parabenizaram a reeleição de Maduro. Segundo o Kremlin, Vladimir Putin teceu elogios ao resultado do pleito. “Estamos desenvolvendo relações em todas as áreas, incluindo áreas sensíveis”, diz trecho do comunicado do Kremlin. Por sua vez, a China informou estar “disposta a enriquecer a associação estratégica” com a Venezuela, informou o Ministério das Relações Exteriores.

"Felicitamos o grande povo da Venezuela e ao Excelentíssimo Maduro, o presidente reeleito, pela celebração bem-sucedida das eleições presidenciais em um ambiente seguro, pacífico, transparente, democrático e competitivo, com uma participação massiva e ampla do povo", ponderou a embaixada do Irã. "Nossa especial felicitação e saudação Democrática, Socialista e Revolucionária ao Presidente Maduro e ao valente povo da Venezuela pelo seu triunfo incontestável, que reafirma sua soberania e o legado histórico do Comandante Hugo Chávez”, disse o presidente de Honduras, Xiomara Castro.

Luis Arce, da Bolívia, também recordou o legado deixado por Hugo Chávez ao parabenizar Maduro. "Felicitamos o povo venezuelano e o presidente Maduro pela vitória eleitoral deste histórico 28 de julho. Grande maneira de lembrar o Comandante Hugo Chávez. Acompanhamos de perto esta festa democrática e saudamos o respeito à vontade do povo venezuelano nas urnas". "Desejo a ele sucesso e a continuação do processo de desenvolvimento e construção em seu país, e ao seu povo amigo, contínua prosperidade, progresso e paz, esperando que nosso trabalho conjunto fortaleça nossas relações bilaterais em todos os campos", destacou Tamim bin Hamad al-Thani, do Catar.

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, recordou os laços criados entre os países em prol da revolução socialista. "Hoje triunfaram a dignidade e o valor do povo venezuelano sobre pressões e manipulações. Transmito ao irmão presidente Maduro nossas afetuosas felicitações por esta vitória histórica e o compromisso de Cuba de estar junto à Revolução Bolivariana e Chavista". Enfim, Daniel Ortega, da Nicarágua, alegou que "em plena fraternidade revolucionária e evolucionária, a Nicarágua bendita e sempre livre, nosso abraço de sempre, saudando a grande vitória que esse povo heroico entrega ao Comandante Eterno, no seu aniversário. A Nicolás, à juventude e a todas as famílias venezuelanas, nossa homenagem e saudação, em honra, glória e por mais vitórias".

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »