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12/09/2021 às 13h13min - Atualizada em 12/09/2021 às 13h13min

Cientistas capturam imagens raras de baleias ameaçadas de extinção

ANDA
Foto: Ilustração | Pixabay
Cientistas capturaram imagens espetaculares de baleias-francas-austrais (Eubalaena australis), e de seus filhotes, nadando ao redor da costa sul do estado australiano de Nova Gales do Sul.

Entre os animais presentes nas imagens, obtidas próximas à Baía de Jervis, estão uma mãe e seu filhote, que foram recentemente avistados brincando no rio Hawkesbury.

As imagens foram adquiridas por um drone para um novo projeto de pesquisa, chamado de Right Whale ID, que o governo de Nova Gales do Sul está desenvolvendo para identificar e rastrear baleias-francas-austrais, com o intuito de tentar compreender melhor seu padrão de migração e proteger melhor o animal, que está ameaçado de extinção.

Populações da espécie despencaram em número devido à caça às baleias. Susan Crocetti, a líder da equipe de vida selvagem marinha do National Parks and Wildlife Service de Nova Gales do Sul, disse que as populações da costa sudeste não se recuperaram na mesma medida que as da costa oeste, que têm um número estimado em torno de 3.000 indivíduos.

“Nossa população está abaixo de 300, e nós não sabemos ao certo o porquê,” ela disse. “Simplesmente não há indivíduos suficientes e nem um fator ecológico positivo para impulsionar a recuperação desta população.”

Baleias-francas-austrais migram todo ano da Antártida para a costa leste australiana, entre maio e setembro ou outubro, com o objetivo de se reproduzir e cuidar de seus filhotes recém-nascidos. Ao contrário das baleias jubarte, que sobem em direção ao estado de Queensland, as baleias-francas-austrais passam seu tempo ao redor das baías de Nova Gales do Sul, para procriar e dar à luz seus bebês.

Toda baleia da espécie tem porções de pele mais rígidas ao redor da cabeça. Esta característica singular é conhecida como calosidade e o conjunto delas forma padrões únicos – como se fossem uma impressão digital – em cada animal.

O governo australiano recrutou e treinou cientistas voluntários para usarem drones e filmarem as baleias-francas-austrais quando elas se aproximam da costa. Os cientistas recebem uma mensagem se o animal é avistado e são instruídos a capturar imagens dele. Essas imagens estão sendo usadas para construir um banco de dados contendo todo indivíduo da espécie que é avistado em Nova Gales do Sul, e para ajudar a rastreá-los.

Os voluntários, que precisam passar por uma prova antes de serem recrutados para o programa, também respondem a uma série de questões sobre o comportamento das baleias que eles irão filmar e fotografar.

O projeto conseguiu registrar imagens de cinco indivíduos adultos e dois filhotes até agora. As imagens incluem uma baleia avistada, no último mês, no lago Wallis, próximo às cidades de Forster-Tuncurry, e a mãe e seu bebê, no rio Hawkesbury. As fotos e gravações da mãe e de seu filhote ajudaram a identificá-los mais tarde em diversos pontos da costa australiana.

“Esperamos conseguir detectar os locais onde as baleias-francas-austrais são vistas repetidamente, para podermos considerar a opção de transformar esses locais em santuários ecológicos,” Crocetti disse. “Nós queremos ajudar esta espécie a se recuperar, pois ela é uma parte importante dos ecossistemas da costa australiana.”

O secretário de meio ambiente de Nova Gales do Sul, Matt Kean, disse que os resultados deste primeiro ano do projeto foram positivos.

“Nós conseguimos ver em seu comportamento que elas usam as baías e os estuários de nossas cidades como uma “pré-escola”, onde elas ensinam seus filhotes a nadar, saltar para fora d’água e se alimentar, antes de seu retorno para a Antártida no verão,” ele disse.

Crocetti orientou os cidadãos de Nova Gales do Sul a avisarem o quanto antes o serviço de parques e vida selvagem, ou as ONGs conservacionistas, no caso de avistarem alguma baleia-franca-austral, incluindo animais que estejam perdidos, encalhados ou doentes. Ela disse que as baleias da espécie podem ser reconhecidas por manchas brancas na pele de suas cabeças, e pela ausência da nadadeira dorsal.
 

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