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03/12/2020 às 08h57min - Atualizada em 03/12/2020 às 08h57min

Ritinha Prates tem história feita de amor incondicional

Portal LR1
DESAFIO - A presidente Vanilda Maria Barbosa (Vanda) reconhece os obstáculos a serem superados. ( Foto: LR1)
Desde 1977, Araçatuba e região contam com uma instituição sem fins lucrativos, que trabalha na área da saúde e inclusão social, por meio de um hospital neurológico, com a prestação de serviços especializados a pessoas com deficiências neurológicas profundas e irreversíveis. Trata-se da Associação de Amparo ao Excepcional Ritinha Prates. Atualmente, a entidade atende 60 usuários internos e também é a mantenedora do Centro Especializado em Reabilitação III – Ritinha Prates (CER III Ritinha Prates), que presta cerca de 500 atendimentos por mês.

Atendendo exclusivamente por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), usuários de 40 municípios vinculados ao DRS-2 (Departamento Regional de Saúde), a Ritinha Prates é reconhecida também pelo tratamento humanizado oferecido, além do respeito a conceitos éticos, morais, ambientais e filantrópicos. Por isso, pode-se dizer que é também uma referência afetiva da cidade aniversariante.

Para o jornalista Marcelo Teixeira, que escreveu o livro Incondicional, A emocionante história dos 40 anos da Associação de Amparo ao Excepcional Ritinha Prates (lançado em 2017), dos fundadores aos colaboradores remunerados, todos aqueles que mantiveram ou mantém contato com a instituição tiveram as suas vidas acrescidas à medida que doaram o seu tempo e a sua força em favor da Ritinha Prates. “Tenho certeza que esse contato fez com que a percepção da vida dessas pessoas tenha mudado para melhor”.

A afirmação de Teixeira é baseada em sua própria experiência. “Conheci a entidade no final da década de 1990, e diante do drama das famílias e da condição de restrição dos usuários da entidade, senti-me envergonhado por reclamar de situações menores, corriqueiras. Concluí que aquelas crianças traziam consigo apenas imperfeições de ordem neurológica, fisiológica e anatômica, como, em menor ou maior grau, todos trazemos. Após esse entendimento, encontrar-me hoje com os pacientes, nas minhas visitas ao hospital, é um alento para qualquer estresse, seja da rotina profissional ou mesmo pessoal. Meus dias ficam mais leves”, conta o jornalista.

43 Anos

O idealizador da Ritinha Prates foi Elpidio Pedroso, que tinha um sobrinho-neto, Everaldo Primão (falecido em 1994), nascido com problemas neurológicos. Homem de fibra e perseverante, foi ele quem convenceu o então comerciante e vereador José Américo do Nascimento, pai de Carlos (também com problemas neurológicos) e a professora aposentada Alice Prates (falecida em 2004), filha única de Ritinha Prates, a fundar a associação.

A inauguração da sede na rua Wandenkolk, 2606, no jardim Rosele, foi um marco importante na história da entidade. Mas todos os envolvidos sabiam que havia muito trabalho pela frente. Uma etapa do sonho havia se concretizado, outras estavam por vir. As novas batalhas estavam relacionadas à consolidação do equipamento, o que significava angariar recursos para a sua manutenção e futuras ampliações.

A missão da primeira diretoria presidida por Elpidio Pedroso era árdua: fazer prosperar uma entidade destinada a amparar pessoas “excepcionais irrecuperáveis”, como consta de sua ata de fundação. Ocupando um vácuo deixado pelo estado, exercendo a cidadania e assumindo a responsabilidade que cada um sentia que tinha naquele processo, os fundadores tinham a seu favor determinação e fé.

Gestão

Não foi fácil realizar as ampliações estruturais e firmar os convênios, mas a profissionalização da gestão com a chegada de Maria Aparecida Nascimento Xavier (Cida), que ficou à frente da associação por 27 anos, facilitou o trabalho. Desde 1º de janeiro deste ano, Vanilda Maria Barbosa (Vanda), preside a entidade. Eleita para o biênio 2020-2021, ela foi uma das primeiras profissionais a trabalhar na entidade. Baiana de Iguaporã, e vinda de Andradina, em 1980, Vanda foi contratada pela prefeitura (na gestão de Oscar Cotrim) e cedida para a associação, quando o presidente era Eliezer Rodrigues Teixeira.

“Era um trabalho sacrificante, pois a gente trabalhava para muito além do horário. Mas não havia do que reclamar. Senti que eu precisava estar exatamente aqui, e aqui me sentia em casa. Mas não vou mentir: no começo eu fiquei apavorada, pois era muito trabalho para ser organizado, sistematizado. Essa foi a minha primeira missão”, revela Vanda.

Quanto aos planos para os próximos dois anos, Vanda esclarece que dará prosseguimento à busca por ampliação do número de 24 leitos UCP (Unidade de Internação em Cuidados Prolongados), cuja ala está pronta, com a finalidade de atender usuários com quadro clínico estável, mas que necessitam permanecer sob cuidados especializados por mais tempo. “Além disso, planejamos ampliar os serviços ambulatoriais do CER, assim como levar a oficina ortopédica para um prédio externo, no jardim Carazza, cuja área nos foi cedida pela prefeitura”, explica a presidente.

Sobre o título do livro que conta a história da Ritinha Prates, o autor explica que é uma menção à doação incondicional de amor ao próximo, necessária quando se trata de atuar em favor dos usuários da instituição.

 
*matéria cedida pelo Portal LR1


 
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