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09/05/2019 às 16h16min - Atualizada em 09/05/2019 às 16h16min

Ex-presidente Michel Temer se entrega à Polícia Federal em São Paulo

Justiça havia ordenado na quarta que o ex-presidente voltasse à cadeia; Defesa apresentou pedido de liberdade ao STJ.

Huff Post
Foto: Divulgação
O ex-presidente  Michel Temer  se entregou à Polícia Federal, em São Paulo, no início da tarde desta quinta-feira (9), após decisão judicial anunciada na véspera.

Na quarta-feira (8), a primeira turma do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) decidiu que Temer e seu amigo, João Baptista Lima, o coronel Lima, deveriam voltar para a cadeia. Eles tinham sido presos em 21 de março, junto com o ex-ministro Moreira Franco (MDB), pela Operação Descontaminação, da Polícia e da Justiça Federal. Quatro dias depois, todos foram soltos por um desembargador do TRF-2.

A Justiça havia estabelecido prazo para que Temer se entregasse até as 17h desta quinta-feira.

Mais cedo, seus advogados apresentaram um pedido de liberdade ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A defesa de Temer também pediu para, que caso ele fosse preso, permanecesse em São Paulo, Estado de sua residência, e não fosse levado ao Rio de Janeiro, como da outra vez.

Por 2 votos a 1, o TRF-2 acolheu hoje denúncia do Ministério Público Federal na quarta. Para procuradores, há risco de repetição de crimes de Temer e coronel Lima, como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Já o habeas corpus de Moreira Franco e outros 5 acusados foi mantido pelo TRF-2.

A Operação Descontaminação foi um desdobramento da Operação Lava Jato. Temer é apontado como chefe de organização criminosa que cobrou R$ 1,8 bilhão em propina.

A prisão do ex-presidente decorreu da delação premiada do executivo José Antunes Sobrinho, da Engevix. Ele afirmou que foi cobrado R$ 1 milhão de propina em troca da subcontratação de sua empreiteira para executar serviços de contrato da Eletronuclear com empresa ligada ao coronel Lima. O dinheiro teria sido utilizada na campanha do MDB de 2014.

Na época, a defesa de Temer alegou que não havia provas contra o emedebista e classificou a prisão de “atentado ao Estado Democrático de Direito”.

Ao HuffPost Brasil, o criminalista João Paulo Martinelli disse em março que a medida não tinha fundamentação clara. “A decisão tem 46 páginas e apenas na página 39 é citada a prisão preventiva.” Ele também afirmou que prisão preventiva baseada em fatos do passado é ilegal.

“Ela só poderia ter sido decretada se houvesse algum fato presente que possa colocar em risco a investigação. Tem que ter alguma ameaça para que a pessoa não responda em liberdade”, argumentou à época.
 
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