17/03/2021 às 14h55min - Atualizada em 17/03/2021 às 14h55min

SOMOS NOSSA MELHOR COMPANHIA

Importância de nos conectarmos conosco mesmo, aliás, somos nossa melhor companhia

Professor de filosofia

Professor de filosofia

Thiago Agostinis Cândido " O verdadeiro conhecimento vem de dentro". Sócrates

Ei, você! Você mesmo! Você é sua melhor companhia? Ao descobrirmos que somos nosso melhor apego, não nos sentimos sozinhos, sem ninguém, isolados, tampouco desesperados por não termos alguém ao nosso lado; e isso nos torna pessoas mais resistentes ao que nos faz mal, ao que é fraco ou insosso.

Neste período, sobretudo pandêmico, aumenta-se o número de possibilidades de vivermos conosco mesmo, de marcarmos um encontro pessoal, mas nem sempre temos a celebridade e ousadia de vivê-lo, de experimentá-lo ou de senti-lo com todas as nossas forças. Estamos vivendo a era da solidão, em que as relações virtuais tomam conta das relações interpessoais, do contato humanitário, do abraço fraterno e do olhar singelo, que também tem sua importância. Diante deste mundo “remoto”, sobram-nos, assim, pouquíssimos minutos para desfrutarmos do que chamamos de nosso momento. Estamos preocupados em enviar aquele e-mail, em anexar aquele arquivo, em participar daquela reunião ou atendermos aquele aluno.

A nossa própria companhia é surpreendente! No entanto, estar sozinho não é necessariamente algo doloroso, ou ruim, muito pelo contrário; estar sozinho é um “converseiro” só. Escutamos e falamos conosco mesmo, o tempo todo, a cada momento, a cada instante. É magnífico ser nossa melhor companhia!

O tempo que consumimos é extremamente preciso e, deve sim, fazer parte de nosso cotidiano a reflexão dele, caso não queiramos nos perder, a demasiada frieza de pessoas negativas, que por vezes, encontradas em nosso ambiente de trabalho, social ou até mesmo dentro de nossa própria família. Ao estarmos a sós, diante de um tempo dedicado ao distanciamento social, somos capazes de percebermos com clareza sobre o que estamos fazendo de nossas vidas, o que deixamos de viver, de experimentar, de nos ousarmos mais; da mesma forma que podemos mirar um turbilhão de “gavetas” para organizarmos em nosso mais íntimo ser. E isso nos provoca mudanças positivas, trazendo-nos segurança e amadurecimento.

Temos que gostar de gostar de nós mesmos, ao ponto de jamais sentirmos solidão, pois o amor próprio sempre nos afastará de qualquer amargura ou desgosto, visto que estaremos completos e felizes com o que somos. É preferível, estarmos sozinhos, mas protegidos e confortáveis, a ficarmos escoltados por quem não nos completa, não traz verdades e tampouco amor. Dinamizar e vivenciar a solitude é buscar e querer sua melhor companhia, pois assim sendo, é o primeiro passo para não nos entregarmos a relacionamentos tóxicos, após a pandemia.

Ao nos conhecermos melhor, entrando dentro de nós mesmos como mágica, nos deparando com nossos sentimentos, marcando um encontro pessoal, íntimo. Não permitiremos que ninguém coloque em dúvida nossas certezas, pois estas, buscamos dentro de cada um de nós. Afinal, somos nossa melhor companhia.
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