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23/07/2024 às 14h27min - Atualizada em 24/07/2024 às 07h19min

Estado de São Paulo registra 20% na diminuição de casos de hepatites C em 2023

Hepatologista da Santa Casa de São José dos Campos destaca que, mesmo com a diminuição da incidência, o diagnóstico precoce é essencial

ISABELLA OSTOLIN
divulgação/ Freepik
Os casos de hepatites virais são responsáveis pela morte de 1,3 milhão de pessoas por ano em todo o mundo, aproximadamente 3,5 mil por dia. Em 28 de julho, celebra-se o Dia da Conscientização e Prevenção das Hepatites Virais.

Segundo a hepatologista da Santa Casa de São José dos Campos, Dra. Livia Paulucci, entre os tipos mais comuns da doença estão a hepatite A, B, C, D e E, sendo as hepatites B e C as mais preocupantes. “A hepatite é uma inflamação do fígado, frequentemente causada por vírus, mas também pode resultar do consumo excessivo de álcool, uso de certos medicamentos, devido a esteatose hepática, que seria o acúmulo de gordura no fígado ou doenças autoimunes. Existem diferentes tipos, como hepatite A, B, C, D e E, cada uma com diferentes modos de transmissão e gravidade.”

Dados do Ministério da Saúde indicaram que o estado de São Paulo registrou cerca de 6 mil casos de incidência e detecção pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de hepatite C em 2023, uma diminuição de 20% em comparação com o ano anterior, que registrou cerca de 7.607 casos.

Aproximadamente 60% a 85% dos casos de hepatite C tornam-se crônicos, e em média, 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo. Uma vez estabelecido o diagnóstico de cirrose hepática, o risco anual para o surgimento de carcinoma hepatocelular é de 1% a 5%. O risco anual de descompensação hepática é de 3% a 6%. Após um primeiro episódio de descompensação hepática, o risco de óbito nos 12 meses seguintes é de 15% a 20%.

"A hepatite B e a C são particularmente graves, pois muitas vezes são assintomáticas até atingirem um estágio avançado, levando a complicações sérias como cirrose e câncer de fígado. No caso da hepatite C, atualmente temos um índice de cura extremamente alto. Em contrapartida, a hepatite B não possui cura, mas, por meio de tratamentos, conseguimos reduzir o risco de progressão da doença. Por essa razão, é essencial que as pessoas façam exames regulares, especialmente se pertencerem a grupos de risco, para garantir o diagnóstico e tratamento precoce", afirma Dra. Livia.

Os sintomas das hepatites variam conforme o tipo, mas podem incluir fadiga, febre, náusea, vômitos, dor abdominal, urina escura, fezes claras e icterícia, que é o amarelamento da pele e dos olhos. "Muitas pessoas com hepatite B e C podem não apresentar sintomas por muitos anos, o que torna a doença ainda mais perigosa, pois o diagnóstico tardio pode levar a complicações graves", explica a especialista.

As causas das hepatites variam conforme o tipo. Por exemplo, as hepatites A e E geralmente são transmitidas por meio de alimentos ou água contaminados. Em contraste, as hepatites B e C são transmitidas por contato com sangue ou outros fluidos corporais, como durante relações sexuais desprotegidas ou compartilhamento de agulhas. Especificamente, a hepatite C é principalmente transmitida pelo contato com sangue contaminado, enquanto a hepatite B é mais frequentemente transmitida por relações sexuais desprotegidas. Por fim, a hepatite D só ocorre em pessoas já infectadas com hepatite B.

O tratamento das hepatites também difere conforme o tipo. A hepatite A geralmente não requer tratamento específico e os pacientes se recuperam completamente com repouso e cuidados de suporte. A hepatite B pode ser tratada com medicamentos antivirais que ajudam a controlar a replicação do vírus e a prevenir danos ao fígado. Para a hepatite C, tratamentos antivirais mais recentes têm altas taxas de cura. "Os avanços no tratamento da hepatite C, com medicamentos antivirais de ação direta, têm revolucionado a forma como tratamos a doença, oferecendo a possibilidade de cura completa para a maioria dos pacientes", afirma a médica.

A hepatite D é tratada de maneira semelhante à B, já que depende da presença do vírus da hepatite B para infectar a pessoa. A hepatite E geralmente se resolve espontaneamente, porém pode apresentar gravidade em gestantes, requerendo cuidados médicos mais intensivos.
“A conscientização e a prevenção já ajudaram a reduzir a incidência das hepatites virais e suas complicações. É importante continuar enfatizando a importância do diagnóstico precoce, da vacinação e da adesão aos tratamentos recomendados, que são essenciais para controlar e combater essas doenças”, conclui a doutora.


 

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ISABELLA OSTOLIN RODRIGUES DOMINGOS
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