​Responsável por casa de saúde é condenado por sequestro e cárcere privado

Um homem que se apresenta como pastor foi condenado nesta terça-feira (27) a 4 anos e 4 meses de prisão em regime inicial fechado pelos crimes de sequestro e cárcere privado. O réu mantinha pessoas com deficiência psicossocial, a maioria delas idosos, em uma casa de saúde irregular situada na zona rural de Patrocínio Paulista, interior de São Paulo.

A denúncia, apresentada pelo promotor de Justiça Túlio Rosa, revelou que as vítimas eram mantidas em condições desumanas em um imóvel alugado. O local, longe de cumprir os requisitos mínimos para uma comunidade terapêutica ou instituição de longa permanência para idosos, não possuía divisórias e contava apenas com um banheiro, sem adaptação, para todos os internos. A infraestrutura do imóvel era precária, com telhas de amianto sem forro, poucas janelas, baixa ventilação, rachaduras nas paredes, fiações expostas e ausência de piso.

As condições higiênicas também eram alarmantes, uma vez que o espaço era invadido por insetos devido à proximidade de um galinheiro e um chiqueiro. Além disso, a falta de profissionais qualificados para ministrar qualquer tipo de cuidado ou tratamento foi uma das graves irregularidades apontadas.

Segundo os autos do processo, o acusado cobrava entre R$ 600 e R$ 750 das famílias das vítimas. Essas pessoas, que não podiam deixar a casa, estavam em um estado de isolamento completo, tanto físico quanto geográfico, sem qualquer possibilidade de comunicação com o exterior ou de sair do local sem o consentimento do réu.

O condenado já havia sido responsável por uma comunidade terapêutica em Cristais Paulista, interditada pelas autoridades devido a inúmeras irregularidades semelhantes.