03/07/2024 às 18h53min - Atualizada em 03/07/2024 às 18h53min

Dólar recua 1,72% e fecha a R$ 5,56 com alívio doméstico e internacional; Ibovespa avança

Investidores digerem falas de Lula sobre responsabilidade fiscal e aguardam reunião com ministros

Assessoria de imprensa
O dólar teve forte queda ante o real e o Ibovespa engatou a terceira alta seguida nesta quarta-feira (3), com alívio interno após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitar novos ataques ao Banco Central (BC) e à política monetária e reiterar compromisso com a responsabilidade fiscal.

A sessão ainda marcada por expectativa sobre uma reunião dele com a equipe econômica, que deve ocorrer a partir das 18h.

O cenário também é favorecido pelo cenário internacional, com investidores digerindo dados mais fracos do mercado de trabalho dos Estados Unidos e a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), indicando que a economia está em desaceleração.

O dólar encerrou a sessão com perda de 1,72%, negociado a R$ 5,569 na venda, em linha com a desvalorização da divisa norte-americana ante a cesta de moedas fortes.

Na véspera, o dólar chegou a bater R$ 5,70, mas recuou para fechar em R$ 5,666.

Apoiado pela Vale (VALE3), o Ibovespa encerrou a sessão com avanço de 0,7%, aos 125.661 pontos, melhor patamar desde o fim de maio.

Desde meados de junho, antes do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidir manter a taxa Selic em 10,5% ao ano, Lula vinha criticando quase que diariamente o nível dos juros, o mercado financeiro, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e as propostas de corte de gastos para ajuste fiscal.

Daquela data até terça-feira, Lula disparou suas críticas em 8 de 11 dias úteis, o que fez o dólar e as taxas futuras saltarem no Brasil, com o mercado chegando a precificar nos últimos dias a possibilidade de o BC subir a Selic já neste mês.

Nesta quarta-feira, Lula decidiu interromper as críticas e, em movimento contrário, afirmar que a responsabilidade fiscal é um compromisso de seu governo.

“A gente vai ter uma política econômica sem causar sobressalto a ninguém, a gente vai ter uma política econômica que vai fazer esse país crescer, a gente vai continuar fazendo transferência de renda, e a gente ao mesmo tempo vai continuar com a responsabilidade que nós sempre tivemos”, disse Lula em evento no Palácio do Planalto.

A pauta brasileira também mostrou que a produção industrial retraiu em maio pelo segundo mês seguido, impactada pelas chuvas no Rio Grande do Sul e com destaque para os setores automotivo e alimentício, mas as quedas de 0,9% ante abril e de 1% ano a ano foram menores do que as previsões no mercado.

Alívio global
O viés positivo dos índices brasileiros também foram influenciados pelo cenário internacional, após que dados do mercado de trabalho nos EUA vieram abaixo do esperado.

O bom humor foi reforçado pela ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), indicando que a economia dos Estados Unidos parece estar desacelerando e que “as pressões sobre os preços estão diminuindo”.

Apesar do tom positivo, a autoridade ainda citou uma abordagem de “esperar para ver” antes de se comprometerem com cortes na taxa básica de juros, de acordo com a ata da reunião de dois dias realizada em 11 e 12 de junho.

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