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30/04/2024 às 08h49min - Atualizada em 01/05/2024 às 07h07min

“Stalker” sofrem de transtorno de personalidade borderline

Michaela Reyes
divulgação

Recentemente a Netflix lançou a série chamada Bebê Rena (original inglês Baby Reindeer), retratando uma história verídica de perseguição de uma mulher (Martha)contra um homem (Danny).

Assim como no cinema e na televisão, a perseguição, mais conhecido como o stalking, deixa marcas duradouras no bem-estar mental, enquanto as vítimas passam a viver com medo, ansiedade e trauma.

Um “stalker” é alguém que molesta uma vítima através de atos persecutórios e/ou intimidadores, de forma obsessivamente repetitiva. Ele pode seguir uma pessoa de maneira reiterada ou constante, com ameaças à integridade física ou psicológica.

Nos EUA dados mostram que entre 40 e 55% dos casos de perseguição o “stalker” sofre de transtorno de personalidade borderline. O restante é composto de vários outros problemas de saúde mental, como transtorno bipolar, abuso de substâncias ou outras questões. O National Crime Victimization Survey relata que por ano cerca de 5.857,030 casos de stalkeados foram reportados. E dessas vítimas de “stalkers” a metade delas mudou seu comportamento por medo. 8% de mulheres e 2% dos homens já foram vítimas de “stalkers” em alguma relação ou em algum momento das suas vidas.

As vítimas relatam ter mudado de endereço, ter mudado suas rotinas, trocaram as fechaduras das portas, instalaram sistema de segurança em casa, passaram mais tempo sem sair de casa, ou quando saiam, estavam sempre acompanhadas de amigos ou familiares e até mesmo passaram a usar uma arma.

Segundo pesquisas, 83% das vítimas de “stalkers” desenvolveram quadros de ansiedade, 74% passaram a sofrer com insônia e 48% do total das vítimas desenvolveu algum transtorno alimentar.

Embora muitas vezes retratado na mídia de maneira sensacionalista, o impacto psicológico de ser assediado e perseguido por um “stalker” é uma realidade contundente para inúmeras pessoas em todo o mundo. O impacto psicológico do assédio pode ser profundo e duradouro e pode desencadear uma variedade de respostas emocionais, incluindo medo, ansiedade e hipervigilância. As vítimas frequentemente experimentam uma perda profunda de controle sobre suas próprias vidas. O constante sentimento de estar sendo observado ou perseguido pode levar a sentimentos profundos de impotência e vulnerabilidade.

Segundo a A psicóloga e terapeuta, Dra.Karina Chernacov, especializada no tratamento de pessoas vítimas de trauma, é mediadora familiar da suprema corte na Flórida. Um dos efeitos mais pervasivos do assédio é a erosão do bem-estar psicológico. As vítimas lutam para escapar da intrusão implacável em seu espaço pessoal. O assédio pode alterar fundamentalmente o senso de segurança de uma pessoa, pois não se trata apenas de proximidade física; trata-se da invasão psicológica dos pensamentos e medos mais íntimos de alguém. Muitas delas relatam sentir-se isoladas e retraídas, o que acaba por prejudicar os relacionamentos com a família, amigos e colegas, enquanto os indivíduos lutam com sentimentos de vergonha e constrangimento.

O comportamento do “stalker” é sempre dirigido a uma pessoa e tem a intenção de colocar a vítima com medo e na realidade esse comportamento FAZ a vítima realmente ter medo do “stalker”. O comportamento do “stalker” acontece por mais de uma vez. Ele usa intimidação através de telefonemas, emails, mensagens de texto, aparecem sem convite nos locais de trabalho, nas residências das vítimas, ou até mesmo na casa dos amigos das vítimas. Muitas vezes insistem em manter contato através de envio de presentes e podem chegar até a atacar suas vítimas.

As formas mais graves de stalking envolvem ameaça, perseguição, intimidação e assédio. Também fazem parte das táticas do “stalker” espalhar fofocas, mentiras ou rumores contra suas vítimas a fim de causar danos à sua reputação.

Stalking é crime.

Amor não dói e nem causa danos a quem ama. A amizade não envolve cobrança doentia. Se você está sendo vítima de um “stalker” deixe outras pessoas saberem, avise a quem realmente quer o seu bem. Denuncie à polícia, e se necessário, abra uma ação legal contra o seu “stalker”. Só não sofra calado, alerta Karina Chernacov.

Saiba mais sobre a psicóloga Karina Chernocov pelo instagram:

@Karina.chernacov


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