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21/04/2024 às 11h03min - Atualizada em 21/04/2024 às 11h03min

Ex-namorada de homem preso por estupro e cárcere privado no RJ registra BO por violências sofridas entre 2015 e 2018

Mulher disse que só se sentiu segura para denunciar o ex quando soube que ele foi preso. Lucas José Dib foi preso nesta quinta-feira (18) no Rio de Janeiro acusado de estuprar e manter em cárcere por 18h vítima que passava férias na capital carioca.

G1
Lucas José Dib — Foto: Reprodução
Uma mulher de Diadema (SP) fez novas denúncias contra o homem preso por estupro e cárcere privado no Rio de Janeiro na última quinta-feira (18). Ela registrou boletim de ocorrência por estupro de vulnerável neste sábado (20) contra Lucas José Dib.

Ao g1, ela contou que só sentiu segura em denunciar o ex-namorado depois que soube que ele foi preso. A jovem descreve o rapaz como sádico e psicopata.

Lucas foi preso acusado de estuprar e manter sob cárcere privado por 18 horas uma mulher com que passava férias no Rio de Janeiro. (Veja mais informações abaixo).


A Justiça concedeu a ela as medidas protetivas de urgência após o registro do boletim neste sábado (20). O caso foi registrado como estupro de vulnerável porque a vítima alega que o agressor por diversas vezes a obrigou a ingerir bebidas alcoólicas antes dos abusos sexuais.

A mulher, que prefere não se identificar e seria uma terceira vítima de Lucas a procurar a polícia, conta que começou a namorar o rapaz quando ela tinha 20 anos e ele 26, o relacionamento durou de 2015 a 2018.

"Ele me forçou inúmeras vezes e se eu não cooperava eu era “castigada”. Em algumas vezes ele me fazia beber para não oferecer resistência", recorda.
No boletim de ocorrência que a reportagem do g1 teve acesso, a denunciante conta que conheceu o Lucas em um aplicativo de encontros. Disse que, no início do relacionamento, parecia tudo normal, mas após três meses o rapaz passou apresentar um comportamento agressivo. Na época, ela morava com os pais em Diadema e o namorado no bairro dos Jardins, na capital paulista.

"Eu lembro nitidamente dele me forçando a posições de submissão, me tratando como um cão, pisando em cima da minha cabeça, me enforcando às vezes até desmaiar durante o ato. Cuspia no meu rosto, olhos e boca propositalmente. Dizia ser meu dono e eu tinha que chamar ele como tal".
A ex-namorada relatou à polícia que o relacionamento chegou ao fim quando Lucas deixou Brasil e que não terminou antes porque o rapaz ameaçava ela e sua família. Depois do fim do namoro, a mulher foi estudar e trabalhou por um tempo em São José do Rio Preto.

Em decorrência do tempo passado desde o fim do relacionamento, não há lesão corporal aparente. Entretanto, segundo ela, há sequelas psiquiátricas. Ela, inclusive, afirma ter a documentação médica dos atendimentos realizados neste período por psiquiatras e psicólogos.

A mulher contou, ainda, que, em 2015, registrou um Boletim de Ocorrência contra o ex-namorado por agressão verbal, calúnia e difamação.

"Eu sofria muito bullying desde o [ensino] fundamental e, na faculdade, isso continuou e, como ele era meu namorado, busquei apoio nele. E ele me manipulava, fazia eu me sentir culpada por coisas que eu não deveria, mandava até no que eu comia, o quanto deveria pesar para estar em seus padrões, o que vestia, com quem falava. Ameaçou meus pais, fez vídeos e fotos e ameaçou jogar na porta da minha igreja e perto de casa caso eu falasse algo. Eu vivia com medo". desabafou.


Outras vítimas
Em 2022, uma outra mulher procurou uma delegacia para denunciar o crime, que teria ocorrido no dia 13 de outubro de 2020, na região centro-sul de Belo Horizonte.

O g1 teve acesso ao boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil. Na época, a mulher afirmou que teve uma discussão motivada por ciúmes e queria terminar o relacionamento com Lucas, que chegou a ser dirigente de um banco na capital mineira.

A reportagem procurou a Polícia Civil para saber se o caso teve alguma atualização. Em nota, a instituição afirmou que há uma investigação em andamento contra o suspeito, para apurar a prática dos crimes de violência psicológica/dano emocional e cárcere privado.

"A PCMG esclarece que na data da denúncia, em 2022, foi feito o requerimento de medida protetiva em favor da vítima", concluiu.

A Polícia Civil do RJ prendeu Lucas por estupro, cárcere privado, ameaça e tortura nesta quinta-feira (18). A vítima, uma mulher de 31 anos de São Paulo que estava a passeio na cidade, disse que foi estuprada e agredida durante 18 horas no apartamento dele.

Segundo o depoimento, ela “permaneceu pelada e torturada por Lucas” das 2h às 20h de 4 de abril, sem comer e obrigada a tomar drogas para não dormir. As relações não consentidas foram sem camisinha.

A mulher só escapou porque tinha avisado a amigos que iria ao encontro e, como compartilhou a localização, um deles foi até o endereço e a resgatou. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou o estupro e agressões “por ação contundente”.

Cargos importantes
Lucas José Dib nasceu em Ribeirão Preto (SP), formou em Finanças e estudou em duas universidades chinesas. Antes, cursou Ciências Políticas e Filosofia em faculdades nacionais.

Ele atuou como chefe de gabinete da presidência do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e do Desenvolve SP — a agência de fomento do Governo de São Paulo, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

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