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06/03/2024 às 14h35min - Atualizada em 06/03/2024 às 14h35min

Lula defende eleições na Venezuela e pede "presunção de inocência" de Maduro

Assessoria de imprensa
O petista só "se esqueceu" de mencionar que não há candidatos de oposição na Venezuela, pois o Supremo Tribunal de Justiça do país, totalmente aparelhado por Maduro, inviabilizou a candidatura de uma e prendeu a outra opositora

O presidente Lula afirmou nesta quarta-feira (6), em conversa com jornalistas em Brasília, que as eleições precisam ser feitas na Venezuela e pediu a "presunção de inocência" para o ditador daquele país, Nicolás Maduro. O pleito venezuelano está marcado para o dia 28 de julho.

"Acho que a comunidade internacional certamente tem todo o interesse em acompanhar pra saber se vai ser a mais democrática eleição da Venezuela. E eu espero que seja, porque eu acho que a Venezuela precisa disso, o Maduro precisa disso e a humanidade precisa disso. Agora, a gente não pode já começar a jogar dúvida antes das eleiçoes acontecerem porque aí começa a ter um discurso de prever antecipadamente que vai ter problema. Nós temos que garantir a presunção de inocência até que haja as eleições para que a gente possa julgar se ela (sic) foi democrática, se ela foi decente"

As declarações de Lula em defesa de ditadores e/ou regimes ditatoriais não são novidade. No caso de Maduro, ambos são aliados de longa data e trocam afagos frequentemente. Historicamente, o PT sempre aceitou as eleições venezuelanas, mesmo quando há claros indícios de fraude. 

Na última sexta-feira (1), ambos se encontraram no Caribe, durante a Celac. Maduro busca a reeleição e, na ocasião, prometeu "eleições justas" ao aliado. O pleito da Venezuela é visto com desconfiança por toda a comunidade internacional devido ao estado das coisas no país.

Ainda nesta quarta-feira, Lula também aproveitou para alfinetar seu adversário, Jair Bolsonaro, e fez referência à oposição venezuelana, afirmando que é importante que saiba aceitar o resultado eleitoral, mesmo que seja uma derrota.  "Se candidato da oposição tiver mesmo comportamento da oposição aqui, nada vale", disse.

O petista só se "esqueceu" de mencionar que Maduro busca uma segunda reeleição e que não há candidatos de oposição porque o Supremo Tribunal de Justiça do país, totalmente aparelhado por Maduro, inviabilizou a candidatura da líder da oposição, Maria Corina Machado, e prendeu a ativista Rocío San Miguel, que também era cotada para a disputa, por "terrorismo e traição à pátria"

Lula, no entanto, não perdeu a chance de fazer ironia com Bolsonaro e de se autopromover:

"Obviamente que nem todo candidato que perde a eleição aceita o resultado. Só eu, que perdi três eleições neste país e, todas as que eu perdi, eu aceitei o resultado tranquilamente, voltei pra casa, me preparei, perdi outra vez, até que um dia eu ganhei. Então, quando eu perdi, eu aceitei", continuou o petista.
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