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10/01/2024 às 12h25min - Atualizada em 10/01/2024 às 12h25min

A Cruz Viking de mil anos descoberta em estado impressionante de conservação

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128517-galloway-hoard-a-cruz-viking-de-mil-anos-descoberta-em-estado-impressionante-de-conservacao.htm
Museu Nacional da Escócia/Divulgação
Em 2014, o caçador de tesouros amador Derek McLennan estava vasculhando um campo no sudoeste da Escócia quando acabou desenterrando o que parecia ser um pedaço de prata decorado com um desenho anglo-saxão. A descoberta de McLennan seria apenas a ponta de um iceberg arqueológico.

Na realidade, ele e dois amigos haviam tropeçado em um tesouro de mais de 100 objetos de ouro e prata — um dos maiores tesouros da Era Viking de todos os tempos encontrado no Reino Unido. O Galloway Hoard, como ficou conhecido, foi adquirido pelo Museu Nacional da Escócia em 2017 e, desde então, conservadores têm trabalhado para limpar e restaurar os itens que passaram mais de mil anos enterrados.

Nos últimos dias, o Museu Nacional da Escócia divulgou novas imagens do mais recente objeto do Galloway Hoard a ser estudado: uma cruz anglo-saxônica primorosamente decorada. Depois de passar um milênio no subsolo, a cruz estava completamente incrustada de terra. Por estar enrolada em um cordão de prata em torno de um núcleo de tripa de animal, o objeto se mostrou extremamente difícil de limpar.

Para isso, os conservadores recorreram a uma "pena de porco-espinho esculpida" — ferramenta afiada o suficiente para remover a sujeira, mas macia o bastante para não danificar o metal —, disseram os pesquisadores em comunicado oficial. O processo de limpeza revelou as decorações ornamentadas da cruz em liga metálica e folha de ouro.

Em entrevista para a mídia escocesa, os pesquisadores confirmaram que cada braço do item traz uma intrincada gravura de um dos quatro escritores dos Evangelhos do Novo Testamento cristão: São Mateus como humano, São Marcos como um leão, São Lucas como um bezerro e São João como uma águia. 

No comunicado oficial, a ex-curadora do Museu do Reino Unido, Leslie Webster, comentou a respeito da importância da descoberta. “A cruz peitoral, com sua decoração sutil de símbolos e folhagens evangelísticas, incrustações brilhantes em ouro e preto e sua corrente delicadamente enrolada, é um excelente exemplo da arte do ourives anglo-saxão”, disse. Segundo ela, as cruzes anglo-saxônicas desse tipo são excepcionalmente raras, e apenas outro exemplo muito menos elaborado é conhecido do século IX.

Para Webster, a descoberta desta cruz é de grande importância para o estudo do trabalho dos primeiros ourives medievais e para a nossa compreensão das interações vikings e anglo-saxônicas neste período turbulento. Os arqueólogos acreditam que alguém teria enterrado essa cruz, bem como o restante do tesouro, em algum momento do século IX, e que os artefatos provavelmente pertenciam a um clérigo ou rei de alto escalão.

Os pesquisadores também suspeitam que a cruz teria sido roubada em um ataque viking, assim como outros tesouros eclesiásticos foram roubados de mosteiros. Outras descobertas exclusivas do Galloway Hoard incluem pulseiras de prata raras, um anel de ouro e um alfinete de ouro.

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