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06/10/2023 às 12h22min - Atualizada em 06/10/2023 às 12h22min

Corpos de supostos traficantes que teriam executado médicos são achados no RJ

Polícia trabalha com a hipótese de que as vítimas foram mortas por engano, já que uma delas se parece com um miliciano

Assessoria de imprensa
Foto: Divulgação
No início da madrugada desta sexta-feira (6), as polícias Civil e Militar encontraram quatro corpos que seriam dos suspeitos de terem assassinado a tiros três médicos em um quiosque da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

De acordo com investigadores, os cadáveres dos suspeitos estavam em dois pontos distintos da zona oeste --na Gardênia Azul havia um corpo no porta-malas de um carro, já nas proximidades do centro de convenções Riocentro, e outros três estavam em outro veículo.

A informação da denúncia à polícia foi que os mortos seriam integrantes de uma organização criminosa da Gardênia Azul, que possuem os apelidos Ryan, Preto Foso, BMW e Phillip Motta Pereira, o Lesk. Exames periciais serão realizados para confirmar as identidades.

A polícia apura se eles foram mortos porque teriam confundido o ortopedista Perseu Ribeiro Almeida, 33, com Taillon de Alcantara Pereira Barbosa, 26, acusado pelo Ministério Público estadual de integrar a milícia de Rio das Pedras. Milicianos são criminosos que exploram o comércio local e cobram taxas de segurança ilegais, sob coação.

Além da fisionomia semelhante, Taillon mora em um apartamento localizado a 220 metros do quiosque Nana 2, onde ocorreu o crime, na orla da Barra da Tijuca. Ele conseguiu liberdade condicional no dia 26 de setembro.

 A polícia apura se o Comando Vermelho matou os narcomilicianos envolvidos no assassinato dos médicos após terem conhecimento de que eles atiraram em inocentes e o caso ganhar repercussão nacional.

A chamada narcomilícia surgiu a partir de 2021, quando houve uma ruptura interna na milícia da região. Enfraquecidos, o miliciano Lesk procurou apoio com traficantes da Cidade de Deus, na zona oeste.

Uma aliança foi firmada, então, entre os ex-integrantes da milícia e o tráfico, gerando o que a polícia chama de narcomilícia na Gardênia, com a liderança tanto de milicianos locais quanto de traficantes da facção Comando Vermelho. Os traficantes têm os complexos da Penha e do Alemão como base principal.

Logo após efetuarem os disparos contra os médicos, os criminosos teriam fugido para o bairro Cidade de Deus. A polícia investiga se um "tribunal do tráfico" foi montado na Penha, determinando a morte dos envolvidos.

Segundo um investigador, o objetivo do tráfico seria evitar operações policiais em favelas da facção. O caso segue sob investigação.
O crime 
O crime aconteceu por volta da 1h, em frente ao Windsor Hotel, área nobre do bairro. Toda a ação durou exatos 27 segundos e foi registrada por câmeras de segurança. No vídeo, os quatro médicos aparecem sentados em uma mesa do quiosque quando três homens, vestidos com roupas pretas, descem de um carro branco parado do outro lado da via e começam a atirar no grupo.

Após balearem os quatro ocupantes da mesa, os criminosos voltam correndo para o veículo e vão embora sem roubar nada. As imagens mostram também que outros clientes do quiosque testemunharam o ataque e saíram correndo para não serem feridos.

Uma testemunha que estava no quiosque e prestou depoimento afirmou que não houve anúncio de assalto antes dos disparos. Os celulares dos médicos foram apreendidos e irão passar por perícia. Não foi divulgado se algum deles tinha sofrido alguma ameaça. 

Áudio sugere mortes por engano
Um áudio interceptado pela Polícia Civil sugere que um indivíduo possivelmente ligado ao tráfico de drogas forneceu uma possível pista sobre o local do ataque que resultou na morte de três médicos na noite de quarta-feira. Na gravação, o indivíduo menciona: "Acho que é Posto 2". O crime ocorreu em um quiosque localizado na Barra da Tijuca, precisamente no Posto 2 da orla.

Uma das linhas de investigação em curso sugere que a semelhança física entre o ortopedista Perseu Ribeiro de Almeida, de 33 anos, e o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, de 26 anos, pode ter contribuído para o trágico episódio. De acordo com informações das polícias Civil e Federal, Perseu compartilhava características físicas semelhantes a Taillon, incluindo peso, altura, cabelo e barba, e essa semelhança pode ter levado à confusão quando ele estava em um quiosque na orla frequentado pelo referido criminoso.

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