Presidente Lula ''garante'' empréstimo de 1 bilhão de dólares para Argentina

O presidente empossado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aprovou um empréstimo massivo de US$ 1 bilhão concedido pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) à Argentina. 

No fim de agosto, Lula demonstrou urgência em se comunicar com Simone Tebet, ministra do Planejamento. Ela ocupava o cargo de governadora do Brasil no CAF, e, portanto, seu aval era fundamental para a operação de resgate.

A nação argentina enfrenta uma grave crise econômica, caracterizada por uma inflação de dois dígitos, e estava desesperadamente em busca de um empréstimo para assegurar a liberação de US$ 7,5 bilhões pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Entretanto, sob a liderança de Lula, a maioria dos países que compõem a CAF concordou em alocar US$ 1 bilhão diretamente para o FMI em nome da Argentina. Esses detalhes foram relatados pelo Estadão.

Em termos técnicos, o país vizinho já havia esgotado seu limite de crédito e, teoricamente, não deveria mais ter acesso a tais recursos. Apesar das limitações de crédito previamente estabelecidas para a Argentina, um caminho foi aberto graças à influência significativa do Brasil sobre as decisões da CAF, com o país detendo uma participação de 37,3% em seu capital.

É importante destacar que o único país que se opôs a essa decisão foi o Peru, que enfrenta uma série de desafios políticos e instabilidades nos últimos anos. Este empréstimo também é visto como uma medida que poderia beneficiar o governo argentino atual, particularmente à medida que se aproxima das eleições. O candidato Javier Milei está ganhando destaque nas pesquisas eleitorais.

A data da votação está agendada para 22 de outubro e tem o propósito de eleger o próximo presidente da Argentina, substituindo o atual líder, Alberto Fernández, que é um aliado de longa data do ex-presidente Lula. Um dos candidatos que se destaca é Javier Milei, um político de extrema direita que já expressou publicamente sua admiração pelo ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL).