26/07/2023 às 17h24min - Atualizada em 26/07/2023 às 17h24min
Estudo prevê que em breve haverá um colapso na corrente oceânica do Atlântico
Vias que redistribuem calor, frio e chuva entre os trópicos e o norte estão ameaçadas caso as atuais emissões de gases de efeito estufa continuem
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IMAGENS ADMINISTRAÇÃO OCEÂNICA E ATMOSFÉRICA NACIONAL DOS EUA (NOAA)/DIVULGAÇÃO Um novo estudo prevê que o sistema de correntes oceânicas que atualmente distribui frio e calor entre a região do Atlântico Norte e os trópicos irá entrar em colapso total em breve. Os cientistas alertam que isso pode acontecer caso as atuais emissões de gases de efeito estufa continuem como estão. Um estudo sobre o tema foi publicado na revista Nature Communications.
Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico Utilizando ferramentas estatísticas avançadas e dados de temperatura do oceano dos últimos 150 anos, os pesquisadores calcularam que a corrente oceânica conhecida como Circulação Termohalina ou Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico (AMOC, na sigla em inglês) entrará em colapso com 95% de certeza entre 2025 e 2095. Segundo os cientistas, isso provavelmente ocorrerá em 2057, e poderá resultar em grandes problemas, especialmente o aquecimento nos trópicos e o aumento de tempestades na região do Atlântico Norte.
IMAGENS ADMINISTRAÇÃO OCEÂNICA E ATMOSFÉRICA NACIONAL DOS EUA (NOAA)/DIVULGAÇÃO
Atlântico Norte "O colapso da AMOC pode ter consequências muito graves para o clima da Terra, por exemplo, alterando a forma como o calor e a precipitação são distribuídos globalmente", disse Peter Ditlevsen, professor do Instituto Niels Bohr. "Embora um resfriamento da Europa possa parecer menos grave à medida que o globo como um todo se torna mais quente e as ondas de calor ocorrem com mais frequência, esse colapso contribuirá para um aquecimento maior nos trópicos, onde as temperaturas já criaram condições de vida desafiadoras", completou.
Os cálculos contradizem o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que considera uma mudança abrupta na Circulação Termohalina muito improvável durante este século. "Usando ferramentas estatísticas novas e aprimoradas, fizemos cálculos que fornecem uma estimativa mais robusta de quando um colapso da Circulação Termohalina é mais provável de ocorrer, algo que não tínhamos sido capazes de fazer antes", afirmou Susanne Ditlevsen, pesquisadora do Departamento de Ciências Matemáticas da Universidade de Copenhague. "Nossos resultados destacam a importância de reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa o mais rápido possível", concluiu Peter Ditlevsen.