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20/04/2023 às 12h50min - Atualizada em 20/04/2023 às 12h50min

Lula culpa jogos por ataques nas escolas: “não têm game falando de amor”

O presidente Lula, disse que os jogos eletrônicos são um dos fatores que aumentam os ataques violentos às escolas brasileiras. O chefe do executivo discursava sobre a responsabilidade dos pais na educação dos filhos quando defendeu que os jogos influenciam de maneira negativa as crianças.

Tec Mundo
“Não tem game falando de amor. Não tem game falando de educação. É game ensinando a molecada a matar. E cada vez muito mais morte do que na Segunda Guerra Mundial. É só pegar o jogo que essa molecada [joga]. É o meu filho, é o filho de cada um de vocês. É [sic] os meus netos, é o neto de cada um de vocês”, declarou durante encontro com governadores, ministros e representantes dos poderes judiciário e legislativo.

Filho de Lula critica fala do presidente sobre jogos e violência
A pauta da reunião foi ações integradas para evitar novos casos como o de Blumenau, onde há cerca de duas semanas um homem entrou em uma escola e assassinou 4 crianças. Em seu discurso, Lula afirmou que até podem existir “raríssimas exceções” de jogos que não são violentos, mas chegou a culpar até mesmo os games online. Os trechos citados podem ser vistos no vídeo abaixo a partir de 2 horas, 29 minutos e 29 segundos.

“Eu duvido que tenha um moleque de 8 anos, de 9 anos, de 10 anos, de 12 anos que não esteja habituado a passar grande parte do tempo jogando essas porcarias. E mais, hoje a molecada joga com gente de outro país. Passam a noite jogando. E tudo resulta nessa violência no meio de crianças”, argumentou.

Antes de citar especificamente os jogos eletrônicos, o presidente exigiu que os pais repensem atitudes cotidianas. Ele citou adultos que entregam tablets na mão de crianças para que elas parem de chorar, dizendo que essa pode ser uma atitude nociva para o menor de idade.



Jogos como ‘bode expiatório’
A correlação entre jogos e violência não é exatamente novidade – muito pelo contrário. São dezenas de casos de personalidades públicas e políticos que julgam que os games podem levar parte da culpa no caso do aumento de crimes de ódio.

Em 2021, uma história que chamou bastante a atenção foi a do político norte-americano Marcus C. Evans Jr. Percebendo o aumento no número de casos de roubo de carros no estado de Illinois, ele apresentou uma emenda para proibir títulos como GTA. No texto, ele cita que jogos do gênero estariam contribuindo com a promoção dos crimes.

Mais recentemente no Brasil, o deputado Zé Trovão (PL/SC) pediu ao governo federal a suspensão da circulação de jogos com conteúdo violento no país. A solicitação foi enviada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.


São vários os estudos que tratam sobre o tema e a maioria deles sugere que não existe causalidade entre o aumento da violência e os games. Ou seja, pessoas até podem se inspirar em jogos violentos para cometer assassinatos, roubos ou outros atos, mas há diversos outros fatores que são mais importantes do que o fato de que o criminoso se diverte ou não jogando.

Em 2020, um estudo da Associação de Psicologia Americana teve como uma das conclusões que “atribuir a violência a jogos eletrônicos não é científico e desvia a atenção de outros fatores, como um histórico de violência”.
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