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23/03/2023 às 11h42min - Atualizada em 23/03/2023 às 11h42min

Plano de facção criminosa previa Moro como moeda de troca pela libertação de Marcola

Informação consta de relatórios de inteligência produzidos pelo núcleo do Gaeco do MP de São Paulo e pela Polícia Federal; na ocasião, o líder máximo do PCC ainda estava na penitenciária de Porto Velho

Assessoria de imprensa
Foto de Marcola tirada em 2001; líder do PCC está preso ininterruptamente desde 1999
O plano do PCC contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o promotor Lincoln Gakiya, que incluía sequestro e possível assassinato, foi elaborado no ano passado e poderia servir à libertação de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. A informação consta de relatórios de inteligência produzidos pelo Gaeco do MP de São Paulo e pela Polícia Federal. Na ocasião, o líder máximo do PCC ainda estava na penitenciária de Porto Velho (RO).

Em 25 de janeiro, ele foi transferido de volta para a Papuda, em Brasília. O objetivo, segundo investigadores, seria usar Moro e familiares como moeda de troca para soltar Marcola — a organização criminosa já teve ao menos três planos de fuga desbaratados pela polícia nos últimos dois anos. O sequestro de autoridades para fins de libertação de lideranças criminosas foi uma prática muito usada pela guerrilha colombiana Farc, parceira de facções brasileiras no tráfico de drogas e armas.

Em novembro, logo após ser eleito senador, Moro passou a figurar entre os alvos da facção, que levantou dados de registro, endereços e bens. O dossiê incluiu a esposa Rosangela Wolff Moro, eleita deputada federal pelo Podemos de SP, e os filhos do casal. Além de pesquisas em fontes abertas, também foram feitos levantamentos em processos e monitoramento de campo.

Outro alvo estratégico do PCC era o promotor Lincoln Gakiya, responsável por determinar, em 2018, a transferência de Marcola e outros líderes da facção para presídios de segurança máxima em outros estados. A logística da transferência foi providenciada pela gestão de Moro no Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

Segundo a investigação, o ‘gerente da missão’ seria Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, que atua na seção “Restrita” do PCC, uma espécie de agência de inteligência do crime e responsável pelo planejamento de ações sigilosas, especialmente aquelas voltadas à execução de integrantes das forças de segurança, como policiais militares e penais. Nefo tem condenação por roubo, furto e cárcere privado, e consta como egresso do Centro de Progressão Penitenciária de Mauá/SP em 05/10/2009, beneficiado com alvará de soltura.

Plano para matar Moro custou quase R$ 3 milhões ao PCC
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