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09/01/2023 às 16h25min - Atualizada em 09/01/2023 às 16h25min

Da rodovia para o palco

Festival criado por PRF aborda o trânsito seguro por meio de peças teatrais

Portal do Governo
Foto: Divulgação
A paixão pelo teatro e o envolvimento de crianças e adolescentes em acidentes de trânsito foram as molas propulsoras para a criação do Festival Estudantil Temático Teatro para o Trânsito – Fetran. O primeiro espetáculo foi realizado em 2004, em Cuiabá, capital do Mato Grosso, e no palco alunos dos Ensinos Fundamental e Médio vivenciaram e ensinaram de maneira lúdica lições importantes de educação para o trânsito. Naquela época, o então inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Vanderlei Braga Ortêncio Munhoz, nem imaginava as dimensões que o projeto criado e desenvolvido por ele tomaria. Nesses quase 20 anos, o Fetran já serviu de ferramenta pedagógica para o ensino das normas do trânsito seguro em outros sete estados, entre eles Bahia, Rio de Janeiro e Amazonas.

Consolidado como o maior projeto de educação para o trânsito no Brasil, o Fetran estimula o pensamento crítico e reflexivo sobre o comportamento no trânsito e incentiva atitudes de compromisso com a própria segurança e a segurança do outro. Como consequência, o Festival tem ligação direta com comportamentos e ações que podem salvar vidas no trânsito, além de fomentar, nos estudantes, os princípios éticos de cidadania. “Com o Fetran buscamos sensibilizar nosso público para a necessidade de se tornarem cidadãos mais comprometidos com a segurança no trânsito”, afirma Munhoz, que antes trabalhou no setor de Comunicação da PRF e tem entre as paixões a interação da instituição com a sociedade. Atualmente aposentado, Munhoz acredita que com os ensinamentos obtidos por meio do projeto, as crianças e adolescentes passam a agir como agentes fiscalizadores das práticas dos adultos.

Com o passar do tempo, instituições como a Apae também começaram a fazer parte do projeto. Na edição de 2019 do Fetran, foram realizados 121 espetáculos, em 21 municípios de diferentes regiões do país. As melhores apresentações ganharam premiações nas categorias ator, atriz, texto e direção de espetáculo, e os vencedores fizeram uma viagem cultural em Brasília. O Fetran se caracteriza pelo grande número de peças de teatro autorais e inéditas. Mas existem adaptações de contos infantis, como Chapeuzinho Vermelho, Alice no País das Maravilhas, além de musicais como Saltimbancos, de Chico Buarque. Além do trânsito, foram adicionados aos roteiros das peças teatrais, nos últimos anos, temas como a violência, bullying e as questões do racismo e dos preconceitos.

Outra consequência do Festival é transformar alunos em atores, atrizes, diretores e roteiristas de teatro e cinema. Entre eles estão Ana Paula Dorst, Wanderson Lana e Madiano Marcheti. Mestre em Artes Cênicas, aluna e diretora, Ana Paula considera o projeto um instrumento de educação e transformação. “Não impacta somente as crianças, os adolescentes e jovens que estão em cena, mas também os espectadores que estão ali assistindo”. Ator, diretor e dramaturgo, Wanderson integra o Festival desde 2006 e acredita que o projeto contribuiu para mudanças de comportamento de trânsito porque a reflexão sobre o tema é quase imediata. Participante do Festival em várias edições, Marcheti hoje viaja pelo mundo com seu filme “Madalena”, que vem conquistando países como Portugal, México, Estados Unidos e Ucrânia, e estreou no Brasil em dezembro de 2021. Formado em Rádio e Televisão, o mato-grossense foi premiado como melhor diretor do Festival de Cinema da Turquia.
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