Como funciona o sistema de previsão de enchentes do Google?

O Google anunciou na última terça-feira (29) uma nova ferramenta de previsão de enchentes, baseada em Machine Learning e Inteligência Artificial. A chegada do Sistema de Alertas de Inundações é resultado da parceria da empresa com o Serviço Geológico do Brasil, com a emissão de alertas e informações detalhadas sobre áreas alagadas.

O sistema automatizado é alimentado por imagens de satélites, indicadores meteorológicos e dados sobre níveis de água dos rios. Essa tecnologia de previsão e alerta já é utilizada em outras partes do mundo, como Índia e Bangladesh, e agora também será levada para Colômbia, Sri Lanka e 15 países africanos, entre eles a África do Sul.

No Brasil, a novidade parte das soluções do Google contra desastres ambientais (Alertas SOS e Avisos Públicos) será implementada em 2 etapas. A princípio, o sistema de previsão de enchentes emitirá alertas em tempo real sobre inundações ribeirinhas, ao longo de mais de 60 localidades no país, cobertura que nos próximos meses deve chegar em outras regiões.

O aviso de emergência aparece automaticamente para usuários que estiverem nas redondezas das áreas afetadas antes mesmo de o evento acontecer, mas também pode ser consultado a partir do Pesquisa Google, Maps e da nova plataforma FloodHub — lançada em 22 de outubro. No futuro, a empresa ainda tem o objetivo de emitir alertas via notificações de celular.

A importância do sistema de previsão de enchentes
A ideia é que o serviço também seja uma fonte para que governos e organizações desenvolvam projetos no que se refere à adaptação frente a riscos climáticos. Isso porque nos últimos anos o aumento do volume de água nos rios e córregos, potencializado pelas ações humanas, tem gerado cheias cada vez mais graves, em especial no verão — que chega em menos de 1 mês.

Em Santa Catarina, por exemplo, o aumento do nível do Rio Canoas preocupa moradores de Urubici, na Serra Catarinense. As fortes chuvas presenciadas nos últimos dias já causaram o transbordamento de alguns pontos, situação que fez o sistema de monitoramento de enchentes do Google emitir um alerta.

“Segundo relatório das Nações Unidas, o Brasil é um dos países com população mais exposta a riscos de inundações ribeirinhas no mundo. Entre 2000 e 2019, mais de 70 milhões de pessoas foram afetadas por enchentes no país”, destaca o comunicado do Google.

Logo, a iniciativa tem o propósito de entregar informações sobre enchentes de forma mais precisa e acessível, para diminuir fatalidades e outros danos relacionados às fortes chuvas.