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07/03/2022 às 15h55min - Atualizada em 07/03/2022 às 15h55min

Trombose é doença grave, mas pode ser evitada

Assessoria de imprensa, Guilherme Silva
Foto: Divulgação
Mais de 400 mil brasileiros são diagnosticados com trombose a cada ano, de acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. A incidência mundial dessa enfermidade é de mil pessoas por um milhão, sendo que, a cada quatro diagnósticos, um se torna óbito, conforme os dados da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH). A pandemia do novo coronavírus levou hospitais de grandes centros a registrarem a doença em 20% a 30% dos pacientes no CTI para Covid. Os dados evidenciam a urgência do debate sobre a trombose, suas implicações e tratamentos.

A doença decorre da obstrução de vasos sanguíneos pela formação de trombos (coágulos) no interior das veias. A trombose venosa pode ser identificada em diferentes locais do corpo, como veias dos braços, pernas e do abdômen, do cérebro e, até mesmo, nos vasos hemorroidários externos, sendo a trombose venosa de membros inferiores a mais frequente. Se negligenciados, esses coágulos acarretam complicações diversas, como insuficiência venosa crônica ou síndrome pós-trombótica; inchaço crônico da perna afetada e dor acompanhada de varizes; mudanças na pele; coceira forte, provocando ferida de difícil cicatrização; e a mais temida devido ao alto risco de complicações, que é a embolia pulmonar (EP).

A trombose venosa merece um cuidado muito especial, com diagnóstico precoce e tratamento adequado para evitar complicações e sequelas. É importante ficar atento ao inchaço e dor nas pernas, e procurar ajuda especializada.O diagnóstico é clínico e, quando necessário, o médico lançará mão de exames complementares. No entanto, caso de diagnóstico positivo, na maioria das vezes, o tratamento é realizado em casa, sem necessidade de internação.

Tudo isso pode ser evitado. Afinal, ultimamente a medicina tem focado na prevenção e tratamento precoce. Das três principais causas, fatores de coagulação, alteração da parede das veias e estase, uma é completamente evitável (estase) e as outras duas podem ser tratadas, ou até mesmo, impedidas, a partir da abstenção de medicamentos responsáveis pela elevação da concentração de proteínas no sangue, gerando os coágulos e pela renúncia a certas manipulações cirúrgicas desnecessárias, modificando a estrutura das veias, deixando-as mais propensas a alojar um trombo.

Já em relação à estase, é necessária uma breve explicação. Ela é basicamente, a estagnação por um longo período da circulação sanguínea, quando o indivíduo fica muito tempo sentado ou deitado em uma única posição, como em casos de longas viagens ou de extensos períodos de internação. Por isso que os médicos sempre recomendam às pessoas que forem passar muito tempo em ônibus ou avião praticarem exercícios simples para minimizar os riscos.     É fundamental salientar que manter uma vida saudável é a melhor forma para prevenção à trombose, uma vez que, muitas das pessoas diagnosticadas, tinham um histórico de tabagismo, alto consumo de álcool e sedentarismo. Os números brasileiros referentes à patologia assustam, mas, se cada um fizer sua parte e manter a saúde em dia, certamente, será possível alcançar um cenário muito mais otimista.
 *** Josualdo Euzébio - Médico cirurgião vascular, membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular

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