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18/04/2018 às 10h39min - Atualizada em 18/04/2018 às 10h39min

E AÍ BORELLA? Empresário depõe à polícia e diz que Cido Sério não pediu propina por obra; gestor era de Catanduva e do PSDB

Política e Mais
Foto:Divulgação

O empresário Nilton Marto Vieira da Cruz, dono da empresa que reformou a praça Rui Barbosa, nos anos de 2013 e 2014, reafirmou à Polícia Civil de Catanduva, cidade onde mora, no último dia 4, que o ex-prefeito de Araçatuba, Cido Sério (PRB) não lhe pediu propina para que o contrato firmado entre a Prefeitura e a Ambiente Engenharia, Paisagismo e Gestão Pública, para reforma da praça Rui Barbosa, fosse aditado.

A acusação contra o ex-prefeito partiu de ofício encaminhado ao Ministério Público local pelo atual chefe de gabinete e secretário de Comunicação da Prefeitura, Deocleciano Borella Júnior. No documento, o representante da administração municipal levanta suspeita de prática criminosa por parte de Cido Sério com base em resposta enviada pelo empresário catanduvense a um pedido de reparo na referida praça.

O ofício enviado por Borella ao MP foi encaminhado à Delegacia Seccional de Araçatuba, com pedido de instauração de inquérito, e acabou resultando em reportagem publicada pelo jornal Folha da Região no dia 24 de março, na qual Cido Sério é textualmente acusado de ter pedido propina ao empresário dono da Ambiente Engenharia, que foi contratada em 2013, ao custo de R$ 1,35 milhão, para reformar a Rui Barbosa, serviço que foi entregue em 2014.

Em 28 de março, Nilton Marto Vieira da Cruz já havia afirmado, em e-mail enviado ao Política e Mais, que Cido Sério n]ão havia lhe pedido propina por conta dos serviços realizados em Araçatuba. O empresário explicou em ofício enviado à Prefeitura que não teria condições de efetuar os reparos solicitados porque sua empresa não se encontra mais em atividade.

No documento, enviado à Prefeitura em 1º de março deste ano, Cruz explica que o encerramento das atividades da empresa se deu após “um duro golpe por parte de um prefeito ‘desonesto’ que exigiu dinheiro em relação a uma obra de grande porte” para a qual a empresa fora contratada em devido processo licitatório. Em nenhum trecho do documento enviado à administração municipal, o arquiteto diz que o referido golpe teria sido dado por Cido Sério, muito menos que o antigo gestor lhe tenha pedido vantagens para que o valor dos serviços na Rui Barbosa fosse aumentado, o que também não ocorreu.

ONDE ENTRA BORELLA

Ocorre que, em 16 de março, o chefe de gabinete Deocleciano Borella Júnior encaminhou à Promotoria de Justiça de Araçatuba ofício no qual pede apuração para o que chama de “acusação criminosa” feita pelo dono da empresa que reformou a Rui Barbosa, contra o ex-prefeito.

No documento, Borella escreve: “Comunico a Vossa Excelência que o setor de Engenharia desta Prefeitura notificou a Empresa Ambiente Engenharia, Paisagismo e Gestão Pública Ltda., responsável pela reforma da Praça Rui Barbosa, nesta cidade, para alguns reparos necessários e, para nossa surpresa, o senhor Nilton Marto Vieira da Cruz, responsável pela citada empresa, enviou resposta contendo acusação de prática criminosa por parte do então prefeito municipal responsável pela assinatura do contrato SMA/DPAAC nº 063/2013, Aparecido Sério da Silva”.

O chefe de gabinete segue seu ofício dizendo que, diante do fato constatado pela atual administração, determinou uma análise preliminar do citado processo, sendo verificada a falta do termo definitivo de entrega da obra. Por conta disso, Borella diz ter sido incumbido pelo prefeito Dilador Borges a enviar à Promotoria cópia de todo o processo licitatório.

PREFEITO QUE PEDIU VANTAGEM É DE CATANDUVA

Ao ser ouvido pela Polícia Civil de Catanduva, no último dia 4, conforme solicitação feita pelo delegado Marcelo Curi, que conduz o inquérito em Araçatuba, Nilton Marto Vieira da Cruz reafirmou que, em sua mensagem à Prefeitura local, sobre o golpe que teria sofrido, levando à inatividade de sua empresa, não se referia a Cido Sério. Nas declarações à Polícia, ele não cita nome, porém afirma ter se tratado de um prefeito de Catanduva e que a obra em questão tinha valor de R$ 3,2 milhões.

“O declarante afirma que não vai dizer o nome do Prefeito citado, informando apenas que não se trata do ex-prefeito de Araçatuba/SP, e que já está tomando providências para sanar o problema, que referente ao contrato e obra onde teria sido pedido o dinheiro, o declarante afirma que foi na cidade de Catanduva/SP, reservando-se o direito de não dizer o nome do ex-prefeito”, diz trecho da declaração feita à Polícia Civil.

Nela, o empresário catanduvense prossegue. “O declarante afirma que a obra estava orçada em R$ 3.200.000,00 e que lhe foi pedido pelo ex-prefeito a quantia de 10% do valor da obra, ou seja, R$ 320.000,00”, afirma. Cruz ainda detalha como teria ocorrido o pedido de vantagem financeira. “Quanto à forma que o e-prefeito pediu o numerário, o declarante informa que foi chamado ao gabinete do ex-prefeito ‘para um cafezinho’ e ali foi feito o pedido, de forma direta, sendo que o ex-prefeito disse: ‘você precisa da Prefeitura e agora eu preciso de você’”.

DECLARAÇÃO À POLÍCIA INDICA QUE TUCANO PEDIU PROPINA

Ainda de acordo com as declarações de Nilton Marto Vieira da Cruz, o pedido de propina que lhe fora feito dentro da Prefeitura de Catanduva, teria ocorrido “por volta de maio de 2014”. Na ocasião, o prefeito da cidade era Geraldo Vinholi, do PSDB, que não foi reeleito e, em dezembro de 2017, foi nomeado como secretário de Governo na Prefeitura de Baueri, que é governada por Rubens Furlan, também do PSDB.

Pelas declarações, o pedido de propina feito pelo ex-prefeito de Catanduva foi denunciado ao Ministério Público daquela cidade e que as apurações estão em andamento. O empresário afirma que sua empresa venceu licitação e que o aditamento contratual foi necessário pelo fato de uma parte da obra ter sido demolida em decorrência de erro cálculo que resultaria em erro grave na construção.

O Política e Mais tentou localizar o ex-prefeito de Catanduva. No entanto, o tucano Geraldo Vinholi não foi localizado pela reportagem.

FIQUE DOENTE, DIZ CIDO SÉRIO

Com base nas declarações do dono da Ambiente Engenharia, feitas formalmente à Polícia Civil de Catanduva, o ex-prefeito Cido Sério disse, ao Política e Mais, que fica aliviado com o depoimento e que espera que Justiça seja feita contra pessoas e veículo que de certa forma lhe acusaram indevidamente de um crime que afirma não ter cometido.

“Eu fiquei doente e indignado. Isso não é fazer política. É mau caratismo e desonestidade. Acho que quem fez isso, de divulgar as informações como foram divulgadas, vai ter que dizer na Justiça de onde tirou isso”, disse Cido Sério.


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