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08/10/2020 às 11h41min - Atualizada em 08/10/2020 às 11h41min

Inpe registra aumento de 417% de queimadas no Pantanal

ANDA
Foto: Divulgação
As queimadas no Pantanal atingiram números catastróficos: cerca de 8.106 focos, apenas no mês de setembro. Os dados registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam para um recorde histórico, superando os incêndios identificados em agosto de 2005, que chegaram a marca dos 5.993.

Em Comissão à Câmara dos Deputados, no último dia 30, o coordenador-substituto do Programa de Queimadas do Inpe, Alberto Setzer, discutiu junto aos parlamentares a atuação do governo no combate a incêndios florestais e revelou que de janeiro a 29 de setembro houve um aumento de 195% em queima na região sul-mato-grossense, comparado a 2019. “Em 2020 o número de focos já ultrapassou qualquer outro ano que tínhamos registrado na série histórica, desde 1998”, pontuou.

Os dados tornam-se ainda mais estarrecedores quando considerado que de 2018 a 2019 o bioma já havia sofrido um aumento de 320% em queimadas. Outro ponto que chama atenção de ambientalistas e políticos é a média mensal de focos, que se apresentava em 1.944, ou seja, o mês de setembro agravou esse cenário em 417%.

Combate às queimadas

Além do fogo que já consumiu mais de 23% do bioma, segundo os dados apontados pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA/UFRJ), a situação dramática do Pantanal se intensifica pelo clima seco desta época do ano e pela falta de brigadistas no combate às queimadas.

Para mapear os focos de incêndio, Setzer afirmou que o Inpe produz cerca de 250 imagens via satélite por dia. “São centenas de quilômetros de frente de fogo que deveriam ser combatidas. Para isso, hoje, contamos com centenas de brigadistas, heróis até na verdade, que estão tentando o possível para controlar isso. Só que não é com uma centena, ou algumas centenas que vamos resolver a situação”, ponderou na Câmara.

Perda do bioma e de vida selvagem

O Pantanal abriga centenas de espécies, cerca de 2 mil de plantas; 580 de aves; 174 de mamíferos; 131 de répteis; 280 de peixes; e 57 de anfíbios. Além disso, o bioma é refúgio de animais ameaçados de extinção, como a onça pintada. Pesquisadores do projeto Bicho do Pantanal estimam que cerca de 30% da flora e dos mamíferos foram atingidos pelos incêndios.

Lembrando que estudos apontam que as queimadas se iniciaram em fazendas de criação de bois e vacas, propriedades de empresários que fornecem carne para grandes frigoríficos. A Polícia Federal segue investigando o caso.
 
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