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05/10/2020 às 10h12min - Atualizada em 05/10/2020 às 10h12min

Rastreador de COVID-19? Veja o que é e como funciona

Software disponível em celular só foi possível devido a uma parceria inédita entre a Apple e o Google

Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação
É comum que, todos os anos, seguidores mais afincos das tecnologias digitais esperem ansiosamente pelo lançamento de novos modelos de aparelhos celulares, bem como a atualização de sistemas operacionais. Assim, a notícia de que alguns deles seriam capazes de identificar o agente causador da COVID-19, o coronavírus, têm deixo a espera ainda maior.
 
O que o sistema inovador faz, na verdade, é avisar o usuário se ele se aproximar de alguém que, recentemente, foi testado positivo para o coronavírus. Assim, a atualização dos sistemas operacionais não permite o teste por meio do celular, mas a notificação caso o indivíduo tenha estado em um potencial ambiente de contaminação.
 
A novidade é uma parceria histórica e inédita entre as duas maiores empresas do mundo no que diz respeito ao sistema operacional de celulares: o Google, criador do Android, e a Apple, responsável pelo desenvolvimento do iOS.
 
Vale lembrar que ambas são concorrentes. Juntas, elas detêm a tecnologia de praticamente todos os celulares do mundo. Por isso, a parceria foi necessária, já que a ferramenta só seria efetiva se fosse compatível com os sistemas de ambas as empresas.
 
Questão de privacidade

Apesar de parecer promissor e poder, de fato, ajudar no combate ao avanço da doença, o sistema é bastante controverso, especialmente, no que diz respeito à privacidade do usuário. Por ser, além de tudo, algo novo, há quem diga que não vale a pena a exposição de dados dos usuários por um recurso que, talvez, nem sequer funcione por completo.
 
As empresas, por outro lado, insistem que a privacidade do usuário está protegida. Um dos fatores para que a Apple e o Google afirmem isso é o fato de que o usuário que tenha sido infectado pelo vírus precisa autorizar um terceiro aplicativo antes que as pessoas com as quais teve contato sejam notificadas.
 
Ainda segundo as empresas, essa informação é anônima. Em vias práticas, o sistema funciona por meio de um código gerado e modificado periodicamente, uma espécie de identidade mutável e anônima do aparelho de celular em questão.
 
Isso permite que uma rede anônima seja criada, e cada telefone tenha armazenado em seu sistema com quantos outros celulares ele entrou em contato desde a atualização que contém a função de rastreador.
 
Assim, caso alguém seja testado positivo para a COVID-19 e reporte isso em seu celular, por meio do aplicativo oficial de saúde do governo de seu país, ele receberá um pedido de solicitação para que essa informação seja utilizada pelo rastreador. Se ele concordar, os outros usuários que tiverem seus telefones próximos ao da pessoa infectada serão notificados e poderão tomar as medidas necessárias.
 
Sistema já está ativo

Desde o primeiro dia de setembro, os usuários que atualizaram seus sistemas operacionais ou adquiriram um smartphone com a última versão deles já têm em seus telefones o que foi batizado de Notificações Expressas de Exposição à COVID-19, ou COVID-19 Notification Exposure Express, em inglês.
 
Para que ele possa de fato funcionar, porém, os governos nacionais têm que aderir à tecnologia em seus aplicativos oficiais de saúde. Com muita polêmica, os países têm se dividido em suas opiniões.
 
Na Europa, por exemplo, os países do Reino Unido aderiram ao recurso desde agosto, mesmo antes do lançamento do sistema estável. Já França, Alemanha e Portugal criticam abertamente o sistema, enfatizando, principalmente, as questões referentes à abertura de dados pessoais para empresas privadas.
 
Por outro lado, mesmo contrárias às vontades de seus governos, algumas pessoas têm se manifestado a favor do sistema. Esse conflito de interesses entre indivíduo, setor privado e público gera ainda mais polêmica.
 
Nesses casos, os softwares permitem que o usuário que viva em uma área onde as autoridades locais não aderiram ao sistema ative uma notificação específica para que ele seja informado se, em algum momento, sua região aceitar o sistema.

 
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