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12/06/2020 às 10h42min - Atualizada em 12/06/2020 às 10h42min

Por que ocorre, como tratar e como prevenir a pedra nos rins

Vida Plena e Bem Estar
Foto: Divulgação
A litíase urinária – conhecida como pedra nos rins – é um problema de saúde muito comum no nosso dia-dia. Afeta aproximadamente 10% da população mundial e é altamente recidivante, ou seja, a pessoa pode ter vários episódios de pedras no decorrer da vida.

Certamente vocês conhecem alguém que já teve pedras nos rins ou dor intensa devido a elas.

A pedra nos rins pode ser assintomática ou trazer alguns problemas como sangramento na urina, infecção urinária ou dano à função dos rins.

A cólica renal é um quadro de dor intensa decorrente da pedra obstruir o fluxo de urina do rim.

Geralmente o paciente necessita ir ao pronto socorro para receber medicação analgésica e controlar a dor.

Neste atendimento, podem ser realizados exames, como ultrassonografia e tomografia computadorizada a fim de determinar a localização e tamanho da pedra, grau de obstrução do rim e se há infecção associada.

E por que surgem as pedras nos rins?

Podem surgir devido a erros na alimentação, como pouca hidratação, excesso de proteína e sal na dieta.

O indivíduo pode ter alterações anatômicas nas vias urinárias e/ou distúrbios em seu metabolismo no sangue e urina que deixam o “ambiente” favorável ao surgimento de cálculos.

Além disso, a obesidade e antecedentes familiares aumentam a predisposição de surgimento desta doença.

De forma prática, a urina é composta de água e vários elementos, alguns deles “formadores” de pedras como sódio, cálcio, oxalato, fosfato, etc. e outros elementos protetores, como o citrato, magnésio e glicoproteínas.

O ideal é que esta solução (urina) seja equilibrada entre todos os seus componentes. Quando ocorrem variações, expõe-se o risco de formação das pedras.

O que fazer quando descubro que tenho uma pedra?

O tratamento depende de uma série de fatores:

1) tamanho e localização da pedra
2) se a pedra traz alguma consequência, como obstrução, dor ou infecção
3) grau de dureza desta pedra que pode ser determinada pela tomografia computadorizada
4) Antecedentes do paciente: se já operou alguma vez para retirar cálculo, se já eliminou espontaneamente, etc

Com estas informações, define-se se o tratamento pode ser apenas de observação e acompanhamento ou há necessidade de se fazer alguma intervenção cirúrgica ou procedimento.

Como é o tratamento cirúrgico?

Atualmente, mais de 95% dos casos de litíase urinária são tratadas por meio de técnicas endourológicas. Estes procedimentos são muito resolutivos, pouco agressivos, oferecem boa recuperação e rápido retorno às atividades habituais. Utilizam-se óticas, fontes de luz e endoscópios que permitem entrar na via urinária através da uretra ou de uma punção realizada na região lombar.

Ao entrar, é possível transitar pela via urinária, visualizar os cálculos e removê-los após a necessidade de fragmentação ou não. Além destes procedimentos, a litotripsia extracorpórea (LECO) é outra opção que pode ser utilizada para determinados casos de litíase. Com o advento e evolução da endourologia, a indicação de LECO tem diminuído bastante.

Como prevenir?

Por se tratar de uma doença recidivante, é sugerido que todo paciente litiásico deve ser submetido a exames de urina e sangue para analisar seu perfil metabólico e realizar algumas correções com o uso de medicamentos.

Além disso, é necessário seguir uma dieta pobre em sal, proteínas animais (carnes) e aumentar a hidratação para mais de 2,5 litros/ dia.

A orientação aos pacientes portadores de litíase urinária é que procurem um urologista para realizar tal investigação e exames radiológicos para avaliar o status atual e orientar tratamento.
 
Dr. Antonio Corrêa Lopes Neto, diretor do Departamento de Litíase Urinária e Endourologia da Sociedade Brasileira de Urologia, seccional São Paulo (SBU-SP)
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