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26/07/2019 às 15h07min - Atualizada em 26/07/2019 às 15h07min

Araçatuba terá Museu Digital Documental

A digitalização é a melhor forma de dar publicidade à história local e facilitar pesquisas

Micheli Amorim
Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação
Preservar a história de uma cidade é garantir a sobrevivência de sua identidade cultural. Sendo assim, é fundamental recuperar, preservar e divulgar a sua memória.

O Projeto de Preservação de Acervos Museológicos "Museu Documental Digital de Araçatuba", desenvolvido pela historiadora e doutora em ciência política Angela Inês Liberati, vem ao encontro dessa necessidade.

Seu objetivo é a constituição de um acervo digital de documentos da história de Araçatuba. Angela esclarece que os acervos históricos se apresentam de várias formas e devem ser trabalhados por profissionais que dominem as técnicas de preservação, caso contrário, pode-se perder o material pelo tempo de descuido ou pela forma de armazenamento.

"Somente quando o cidadão reconhece a sua memória e entende estar a mesma bem guardada pelo poder público é que ele passa a se preocupar em contribuir para que a cidade seja cuidada e preservada", define a historiadora.

O projeto irá disponibilizar ao público documentos digitalizados sobre a história da cidade constituindo um acervo museológico público. O conjunto de documentos que será utilizado foi conseguido pela proponente por ocasião de uma visita ao antigo hangar de Araçatuba, no início da década de 90, onde se encontrava uma pilha de papéis, queimados por um incêndio ocorrido no Arquivo Público de Araçatuba, que seriam jogados fora.

A especialista cumpriu o papel de mediadora para evitar o desaparecimento do material e com autorização do pessoal responsável pela limpeza do local coletou os documentos. Alguns estavam totalmente queimados, outros muito danificados e poucos foram avaliados como possíveis de serem recuperados. Como o hangar passaria por uma limpeza, os papéis seriam descartados. Dessa seleção, restaram os documentos que se encontram sob a responsabilidade da historiadora e que devem voltar ao acervo público.

A proposta é selecionar, classificar e publicar on-line esse acervo de documentos cujo suporte é o papel, com a possibilidade de amplia-lo, com a incorporação de documentação privada.

"A digitalização dos documentos é a melhor forma de dar publicidade à história local e ainda possibilitar e facilitar a pesquisa por pesquisadores que muitas vezes não têm acesso aos arquivos impressos. Visa também a preservação de documentos que, devido a sua antiguidade e má conservação poderão desaparecer e, juntamente com eles, parte da memória histórica de Araçatuba", detalha.

ETAPAS

O trabalho para o desenvolvimento do projeto foi dividido em várias etapas: em julho aconteceu a primeira, com a seleção e classificação dos documentos. Em agosto haverá o início da digitalização do material selecionado e um treinamento gratuito para estudantes de história, com data a ser definida. Em setembro haverá a criação do suporte digital para publicação dos documentos e a "Oficina de Conservação e Tratamento de Documentos Escritos em Suporte de Papel", a data também será definida.

 A equipe da historiadora também realizará a separação por cronologia e assuntos, criarão pastas para armazenamento dos documentos, sinopse de cada arquivo com a respectiva relação de documentos contidos, alimentação de suporte tecnológico on-line com os arquivos e suas respectivas sinopses e uma exposição aberta ao público com 15 documentos do acervo.

Durante o tempo em que ficou com os documentos, Angela sempre permitiu o acesso a eles; os materiais já contribuíram, por exemplo, para trabalhos de alunos universitários do curso de história e para a elaboração do livro "Letras de Chumbo – a imprensa na história de Araçatuba", do jornalista Fernando Sávio, lançado em 2009.

Dentre os documentos guardados estão correspondências da Estrada de Ferro, da Revolução de 1932 e documentos de manifestação da sociedade, como por exemplo abaixo-assinados e requerimentos. "Compreendendo que há um esforço da Secretaria de Cultura, por meio do assessor executivo Luís Cláudio Junior e da diretora de Departamento de Preservação de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, Vanessa Manarelli em estimular a produção cultural e histórica da cidade e foi por esse motivo que inscrevi o projeto, com o intuito dos documentos retornarem ao espaço público e contribuir, como historiadora, com o trabalho da Secretaria de Cultura de Araçatuba", diz Angela.

Futuramente, o acervo digital poderá receber os acervos particulares de antigos moradores, que poderiam se perder, principalmente, porque seus herdeiros, que muitas vezes moram distante da cidade, não têm onde depositar, com confiança, os documentos que encontram e que poderiam ser copiados, mesmo que fisicamente não pertencessem ao acervo público.

O projeto foi um dos selecionados no edital nº 01/2019 "Apoio a Projetos de Formação, Preservação e Fomento Cultural – Proac Municípios", pela Secretaria Municipal de Cultura de Araçatuba, na categoria "Preservação de Acervos Museológicos".

 
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