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10/06/2019 às 16h44min - Atualizada em 10/06/2019 às 16h44min

Carla Zambelli se reunirá com especialista canadense para tratar da regulamentação da cannabis medicinal

David Prates, especial para o AtaNews
Foto: Divulgação
Após anunciar que apresentará projeto para a regulamentação da cannabis medicinal, a deputada Carla Zambelli se reunirá, por meio de vídeo conferência, nesta quarta-feira (12), com um dos maiores especialistas na área, Dr. Mark Ware, diretor médico da Canopy Growth, multinacional responsável pelo desenvolvimento do tratamento de doenças por meio da cannabis medicinal.

A parlamentar passou a se interessar pelo assunto quando conheceu os estudos de aplicação do medicamento em Israel, em novembro de 2018, e começou a trabalhar para trazer a tecnologia para o Brasil.

Vice-presidente da Frente Parlamentar de Doenças Raras, ela afirma que a aprovação do projeto trará benefícios aos enfermos. “Hoje, pessoas com Parkinson, Alzheimer, esquizofrenia, depressão, autismo, entre outras doenças, sofrem devido aos altos preços dos medicamentos e o escasso recurso para tratamento, por isso vejo a legalização da cannabis medicinal como um remédio fundamental para elas, e até mesmo como um avanço das pesquisas no Brasil.”

Vários países como Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Coreia do Sul e Peru já entendem a necessidade desse produto e criaram uma legislação que permite seu uso. Zambelli quer que o Brasil adote o mesmo modelo usado em Israel, que administra as plantações de cannabis medicinal e detém o monopólio do cultivo. O país foi o primeiro a desenvolver pesquisas medicinais sobre o CBD e THC, canabinoides compostos no produto.

“Além da melhoria da saúde dos pacientes, a economia também sentirá efeitos positivos com a pesquisa, produção e o desenvolvimento dos medicamentos, visto que o aumento da escala de produção fará com que o impacto no custo do produto seja muito menor”, pontua a deputada, que também diz que o Brasil poderá “criar convênios com laboratórios para que o paciente receba o medicamento com custo ainda menor”. Ela lembra que é possível utilizar a cannabis também para a indústria náutica, de confecção, cosméticos e uma variedade de aplicações comerciais.

Zambelli ressalta que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem empreendido ações favoráveis no campo medicinal para a legalização da cannabis ao longo dos últimos 20 anos, mas que têm sido insuficientes. “Temos perdido tempo, campo de pesquisa e dinheiro público por conta da judicialização na saúde. Um medicamento não pode continuar custando dois mil reais, por exemplo, para uma simples aplicação.”

Contrária ao uso recreativo do produto, Carla já se reuniu com várias organizações como The Green Hub, Lowenthal, Dr Cannabis e advogados como a Dra. Maria José Delgado, atuantes na área, para alinhar ideias e criar caminhos direcionados à melhoria dos enfermos. “Nosso único objetivo é lutar pela cannabis medicinal. A recreativa está completamente fora da nossa atuação.”
 
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