Centrão pode votar reforma da Previdência de Temer, contra Bolsonaro

Líderes do centrão começaram a discutir a possibilidade de votar a reforma da Previdência do ex-presidente Michel Temer, e votá-la como um ataque ao Planalto.

Membros dos partidos disseram que a ideia surgiu em conversas informais, eles julgaram que a reforma do Temer era menos dura mais palatável e com projeções de economia mais factíveis e transparentes.

Os parlamentares estão descontentes com o tratamento que o Planalto está dando para eles, e a articulação política do governo vem sendo frequentemente criticada.

A proposta do governo Bolsonaro visa uma economia de cerca de R$ 1 bilhão em 10 anos. A reforma de Michel Temer visava inicialmente uma economia de R$ 800 bilhões no mesmo tempo, mas a reforma, que saiu da comissão que revisou o seu texto, prevê economia de R$ 600 bilhões em 10 anos.

Se os líderes conseguissem realizar essa manobra seria um forma clara de atacar o governo e demonstrar sua insatisfação política.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, irá se reunir nesta terça-feira (26) com as lideranças partidárias para discutir a reforma.
No texto da proposta de Bolsonaro, já é provável que os pontos que tratam de mudanças na aposentadoria rural e no BPC serão revisados.

“O Bolsonaro não disse que a reforma agora está nas mãos do Congresso? Então qual o problema de o Congresso ressuscitar a reforma do Temer?”, afirmou José Nelto (GO), líder do Podemos.

“Mas acho que também tem um senso de responsabilidade de boa parte dos parlamentares, e mesmo a pressão dos governadores, que faz efeito. Acredito que talvez a gente retome o texto de Arthur Maia, o que resolveria o problema a curto prazo da Previdência e ao mesmo tempo o centrão não seria derrotado”, disse o deputado Kim Kataguiri.