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11/01/2019 às 15h13min - Atualizada em 11/01/2019 às 15h13min

Cãozinho paraplégico estrela ensaio fotográfico para conseguir um lar

Jamaica foi resgatado em um ponto de ônibus por protetores de animais depois de sofrer atropelamento; grupo ‘Eu Salvo’ busca adoção para o cachorrinho especial e vários outros AUmigos

ANDA - Agência de Notícias de Direitos Animais
Cachorrinho estrelou campanha em busca de um lar para morar — Foto: Anne Macedo/ Arquivo Pessoal
Não parece estranho para você imaginar um cãozinho estrelando um ensaio fotográfico, não é mesmo? Os peludos já tomam conta de catálogos reais e virtuais há anos, além de estarem estampados nas embalagens de vários produtos voltados para o setor “pet”. Apesar disso, um trabalho feito por uma fotógrafa montes-clarense com um cachorrinho paraplégico chamou atenção de muita gente, tanto pela graciosidade do “modelíneo” quanto pela grandeza da causa.

O SRD Jamaica foi alvo dos cliques da fotógrafa Anne Almeida no último sábado (5). Os dois estiveram no Parque Municipal Milton Prates, em Montes Claros, para que as imagens fossem feitas. O objetivo maior era encontrar um lar definitivo para ele. O peludinho de cadeira de rodas não economizou alegrias durante o ensaio e interagiu com muita gente.

“O grupo de protetores entrou em contato comigo e pediu para fazer ensaio com o Jamaica. O objetivo é que chegasse a uma família iluminada. Combinamos, fui no parque, e fiquei encantada com ele. Ele é independente, feliz, ama a vida. Foi até difícil fazer o ensaio porque ele nunca tinha ido ao local e ficou muito feliz, eufórico. As crianças vinham perguntar porque ele estava na cadeirinha, brincavam, adulavam. Nosso objetivo é que toque o coração das pessoas”, conta.

Anne confessa ainda que foi difícil concluir o trabalho, dada a emoção ao sentir a energia do Jamaica.

“Para mim foi até difícil fotografar, devido à emoção. Nenhum animal merece passar pelo que ele passou. Como eu sou muito sensível, eu estava feliz em ajudar, mas emocionada também pela situação dele. Sou budista e acredito que os animais são seres especiais, assim como nós humanos. Depois das fotos, eu sempre penso nele, peço para que a família apareça. Dá para ver que ele carrega um amor intenso demais”, diz a fotógrafa.

História sofrida

As imagens mostram muita alegria e disposição do cãozinho para brincar no parque. Quem vê o animal assim, tão animado, não imaginaria o quanto ele sofreu. Em agosto de 2018, o Jamaica foi encontrado pela Marília Diniz em um ponto de ônibus. A protetora de animais e professora infantil foi acionada porque o cãozinho havia sido atropelado e ficou por mais de uma semana sofrendo com os ferimentos sem receber ajuda.

“Vimos um pedido de resgate. Ele estava no Bairro Independência. Ficou no ponto de ônibus mais de uma semana com uma pessoa alimentando ele, mas não era o bastante, porque estava muito ferido. Resgatamos em agosto, ele foi para clínica mas não conseguiu ter as patinhas de volta pela fratura que sofreu na coluna. A pessoa que atropelou simplesmente abandonou e foi embora, como sempre acontece”, lamenta a protetora de animais.

Marília conta que durante estes cinco meses, o Jamaica ficou na casa de outra protetora de animais em recuperação, tanto física quanto emocional. A solidariedade faz parte da história do cãozinho do início ao fim. A cadeira de rodas também chegou através de doações de uma seguidora do grupo de protetores nas redes sociais.

“Ele arrasta as patinhas de trás, então não podia sair na rua porque poderia ferir mais ainda. Ficava só dentro de casa com as meinhas de proteção. Uma seguidora que acompanhou a história dele disse que tinha a cadeira de rodas que era de um cachorrinho que faleceu, aí ela doou para ele. Enviou pelos Correios”, relembra.

Novo lar

Agora, segundo a cuidadora, o Jamaica está pronto para levar alegria para um lar que o acolha de verdade. “Estamos esperando para ver se alguém se mobiliza. A adoção de um animal sem raça definida já é difícil, e um especial mais ainda. Mas é possível, temos história no próprio grupo de cachorrinhos deficientes que foram acolhidos. Já lançamos as fotos e vídeos nas redes”, conta.

Para mais informações sobre o Jamaica ou sobre como adotá-lo, o grupo de protetores Eu Salvo tem uma fanpage nas redes sociais. Cerca de 20 voluntários alimentam a página desde 2017, com postagens de pedidos de adoção, fotos de animais perdidos, de animais encontrados e histórias de solidariedade no mundo animal.

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