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24/09/2018 às 16h43min - Atualizada em 24/09/2018 às 16h43min

Pesquisas sem o uso de animais ganham força no Brasil

Marco para a mudança foi denúncia de ativistas sobre maus-tratos a cachorros. Nos últimos cinco anos, sete estados criaram leis para proibir testes de cosméticos em animais.

ANDA - Agência de Notícias de Direitos Animais
As pesquisas sem o uso de animais como cobaias têm ganhado força no Brasil nos últimos cinco anos. E o marco para essa mudança foi uma denúncia de ativistas sobre maus-tratos a cachorros.

Um grupo invadiu o lugar que usava cães em testes de laboratório no Instituto Royal, em São Roque, no interior de São Paulo; 178 beagles foram levados. O instituto sempre negou os maus-tratos. Na época, declarou que seguia normas da Anvisa. Acabou fechando as portas depois da invasão. A polícia abriu inquérito para investigar o sequestro dos animais, mas nenhum dos ativistas foi indiciado.

O caso repercutiu em todo o país e nos últimos cinco anos, sete estados criaram leis para proibir os testes de cosméticos em animais. São Paulo foi o primeiro, depois, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Pará, Paraná e também Rio de Janeiro e Minas Gerais entraram para lista de estados onde a prática se tornou proibida. O Brasil ainda não tem uma lei federal sobre este assunto. Um projeto de lei está no Congresso desde 2014.

A pele que sobra nas pálpebras e incomoda, pode deixar outros olhares mais bonitos. Os excessos retirados em cirurgias do Banco de Olhos de Sorocaba, no interior de São Paulo, vão para o laboratório de uma indústria química. É nos pedacinhos de pele que os novos ingredientes para cosméticos são testados.

“A gente avalia em quanto tempo aquele ingrediente vai trazer uma resposta reduzindo ruga, clareando nossa pele, ou outras coisas que a gente queira avaliar. Então ele é o coração, o coração mesmo do desenvolvimento”, explica a bióloga Patrícia da Luz Moreira.

A maior fabricante brasileira de cosméticos fez uma parceria com a Universidade de São Paulo. No laboratório, os cientistas recriam pedaços de pele humana, a partir de células, numa impressora 3D.

“A gente consegue formar peles tridimensionais que representam todas as camadas da pele e, com isto, testar diferentes pontos de eficácia. A gente consegue ser muito mais preciso nos testes de segurança sem precisar dos animais, o que, para nós, é uma causa superimportante”, disse a diretora de Inovação, Roseli Mello.
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