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08/08/2018 às 14h58min - Atualizada em 08/08/2018 às 14h58min

Casa do Migrante promove encontro de pai e filhos após 25 anos de separação

Assessoria de Imprensa
Momento em que o morador da Casa de Apoio ao Migrante, Osmar reencontra a filha Marcela após 25 anos de separação. ( Foto: Divulgação)
Muita emoção, lágrimas e sorrisos marcaram a manhã do sábado, dia 4 de agosto, na Casa de Apoio ao Migrante de Jales, inaugurada em agosto de 2010 e mantida pela Prefeitura de Jales, que promoveu um comovente encontro entre pai e filhos, separados há 25 anos. Osmar Aparecido Cardoso da Silva reencontrou a filha Marcela Santos da Silva Barros, moradora de Mineiros, no Estado de Goiás.

A festa para comemorar o reencontro foi planejada pela coordenadora da Casa do Migrante, Sirlei Lopes Barrientos Marcelino, e contou com a presença dos moradores da Casa, dos integrantes da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Jales, além do  seo Osmar, da filha dele, Marcela, da irmã dele, Maria Aparecida da Silva de Oliveira (de Jundiaí-SP), do sobrinho Aparecido Lima (de Leme-SP) e do cunhado Reginaldo da Silva de Oliveira.

A filha contou que a família residia em Santa Albertina-SP, quando a mãe dela decidiu para Alto Taquari, no Mato Grosso, quando aconteceu o desencontro com o pai. “Depois disso mudamos para Mineiros e nunca mais eu e minhas duas irmãs vimos nosso pai. Fazem 25 anos que estou a procura dele através da Internet, mas não tive resultados, escrevi para vários programas de TV e nada. Já tinha até perdido a esperança de encontrar o meu pai vivo. Então decidimos contratar um detetive particular. Encontrei meu tio Laurindo que mora em Campinas, minha tia Nenê que mora em Louveira e através dela consegui informações sobre onde o meu pai poderia estar”, disse a filha que emendou: “Graças a Deus e à Casa do Migrante, que acolheu meu pai por muito tempo, estou hoje em Jales e vou levar ele comigo para dar todo o amor e carinho que ele merece”.

Marcela contou que os momentos longe do pai foram difíceis. “Chegamos a passar fome na rua. Hoje estamos estabilizados, mas foram tempos de lutas e batalhas. Não tivemos culpa de sermos separados do nosso pai. Hoje queremos recuperar o tempo perdido”.

Osmar, emocionado, disse que não via a hora de chegar em sua nova casa, rever os filhos Paulo, de 28 anos, e Monique, de 23 anos, e conhecer os netos Michele, Gustavo, Letícia e Kauan. “Foram muitos anos longe dos meus filhos e nem conheço os meus netos. Morei em muitos lugares, sai de Santa Albertina, morei um tempo fora, mas acabei voltando para lá. Morei com minha prima, não deu certo, sai de lá e fui morar com uma mulher que tinha uma padaria. A padaria foi fechada e eu vim pra Jales, onde fiquei uns tempos perdido, na rua, morei até embaixo de ponte e casas abandonadas. Mas graças a Deus o pessoal da Casa do Migrante me encontrou, me trouxe pra cá, me deram apoio, amor e carinho. Fiquei aqui até hoje e tinha muita esperança de encontrar minha família”.

A coordenadora da Casa do Migrante, Sirlei Barrientos Marcelino, falou que o local realiza o trabalho de acolhimento de migrantes moradores de rua, “que geralmente passam de cidade em cidade e precisam de um local para fazer suas refeições, tomar banho e dormir. Quando está em nosso alcance eles ficam alguns dias, oferecemos quando possível, assistência médica, entre outros benefícios em prol da melhora na qualidade de vida e bem estar dessas pessoas. O mesmo ocorre com os moradores de rua que acolhemos. No caso do seo Osmar, ele é atendido pela Casa desde 2011, já morou na FEPASA, em casas abandonadas até embaixo da ponte em Ouroeste por cerca de um ano. Nós convidávamos ele quando o encontramos através de um trabalho de busca ativa que envolve a Casa do Migrante, Polícia Militar, CREAS, secretaria de Saúde e Vigilância Militar, mas havia certa resistência, até que um dia ele aceitou. Há cinco anos ele vive aqui, recebe tratamento médico, realiza um trabalho de convivência no CRAS, vinculado ao Lar dos Velhinhos, além de colaborar com o trabalho diário aqui na Casa. Foi muito bom ter o Osmar aqui com a gente, mas melhor agora que ele encontrou sua família e vai viver na presença de filhos e netos. Estamos muito felizes por todos. Nosso trabalho é esse, promover o reencontro dos moradores da Casa de Abrigo com suas famílias, criar vínculos, resgatar a socialização”.

Após a festa de despedida, troca de presentes, seo Osmar se despediu dos amigos que fez durante sua permanência na Casa do Migrante e prometeu voltar para futuras visitas. “Eu prometi ao meu pai que quando eu tirar férias vamos voltar para visitar os vários amigos que ele fez aqui e a equipe da Casa que o acolheu com tanto amor, cuidado e carinho”, disse a filha Marcela.

Casa do Migrante

A casa de Apoio ao Migrante foi inaugurada no dia 15 de março de 2010 e hoje está instalada na Rua 9, nº2136. O programa, realizado pela Prefeitura através da Secretaria Municipal de Assistência Social, além de oferecer pernoite ao migrante também busca a reinserção do morador de rua na sociedade. “A nossa missão tem por objetivo, dentre outros, acolher, cuidar, alimentar e encaminhar os migrantes e moradores de rua, buscando reintegrá-los à vida social”, afirma Sirlei.

Um dos diferenciais da Casa é o serviço que objetiva encontrar as famílias dos moradores de rua da cidade, para que eles possam ser inseridos novamente na sociedade. A coordenadora explica que migrantes vem de longe, muitos com problemas mentais. “De inicio é feita uma busca para localizar e entrar em contato com suas famílias. Após a triagem, é realizado o agendamento e o encaminhamento do migrante para consultas médicas, avaliação, exames, tratamento e medicação”.

Caso queira ir para outra cidade é fornecida ao migrante uma passagem de ônibus gratuita.
 
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