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09/09/2024 às 15h58min - Atualizada em 09/09/2024 às 15h58min

Linha 17: logística que trouxe trem do Porto de Santos até SP envolveu 8 carretas e mais de 40 funcionários

Composição feita exclusivamente para futura linha do Metrô foi fabricada na China e chegou à capital na manhã de domingo (8)

Agência de Notícias do Governo do Estado de São Paulo
Vagões do 1º trem da Linha 17-Ouro sendo carregados em carretas para o transporte até a capital. Foto: Mônica Andrade/Governo de SP

O primeiro trem da futura Linha 17-Ouro do Metrô chegou neste domingo (8) à capital paulista após sair em comboio do litoral paulista. A composição fabricada pela empresa BYD Skyrail ficou por cerca de 40 dias navegando da China até o Brasil. A embarcação deixou o porto de Zhangjiagang, na região de Xangai, carregada com os cinco carros que compõem o trem.

Após estacionar no Porto de Santos, o navio com os carros, como são chamados os vagões, passou pelo processo de desembaraço aduaneiro, com a verificação da documentação, registros e pagamentos de taxas. Para o transporte até a capital, os cinco carros foram descarregados e colocados em cima de carretas.

Cada vagão pesa aproximadamente 16 toneladas e ocupa uma carreta inteira. Outras três carretas foram usadas no transporte dos gangways, como são chamadas as estruturas de conexão entre os carros. O comboio, portanto, foi formado por oito caminhões, que fizeram o trajeto de mais de 70 quilômetros que separa o Porto de Santos do Pátio Água Espraiada, da obra da Linha 17-Ouro do Metrô de São Paulo.

As carretas têm 30 metros de comprimento, mais de cinco metros de altura e três de largura. Somando os oito veículos, o comboio tem 240 metros, o que equivale a dois quarteirões e meio de extensão. 

“Esse trabalho é feito pela empresa contratada e parte é feita pela própria logística portuária. Para fazer uma movimentação de carga dessa natureza, você precisa de um plano de rigging (manuseio da carga), que é devidamente aprovado pelas áreas responsáveis do Metrô e da contratada”, explica Roberto Torres, gerente da obra da Linha 17. 

Entre gestores, motoristas, policiais e agentes de trânsito, foram mais de 40 profissionais envolvidos na operação. 

Logística do transporte

Assim que a carga recebeu a liberação portuária para ser retirada, teve início o processo de logística do traslado de Santos até o Pátio Água Espraiada.

Todo o itinerário seguiu a legislação de trânsito para o transporte de cargas excedentes e indivisíveis. “Antes da operação, a empresa responsável percorreu o trajeto para mapear pontos críticos e formular sugestões para os desvios necessários. Alguns trechos precisam ser feitos na contramão, o que é previamente informado e organizado junto aos órgãos de trânsito. Uma operação planejada com muito cuidado e dedicação de toda a equipe.” Comenta José Silva, supervisor de Logística e Importação da BYD Skyrail São Paulo.
 

A operação contou com o apoio da concessionária responsável pela rodovia dos Imigrantes. Já ao adentrar a cidade de São Paulo, a logística passa a contar com o auxílio do órgão municipal competente.

O caminho do porto até a capital envolveu o apoio da Guarda Portuária do Porto de Santos, do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Polícia Militar Rodoviária, Ecovias, CET Diadema e CET São Paulo. A passagem da carga passou pela permissão de todos os órgãos envolvidos, diante de informações sobre as dimensões, pesos e trajetos dos caminhões.

Como o trem é retirado dos caminhões

No pátio Água Espraiada, um pórtico foi instalado em cima da laje onde desceu o monotrilho. Em vez de guindastes, foi escolhido o modelo de içamento por pórtico pelo fato de o piso possuir diferentes capacidades de carga. O pórtico distribui o peso da carga de forma mais homogênea, evitando a sobrecarga em determinadas áreas da laje. 

“A carreta chega embaixo do pórtico e é feita toda a amarração do vagão para que ele possa ser suspenso. Os pistões hidráulicos do pórtico são ativados, o carro sobe, a carreta sai e o carro é deslizado até ficar acomodado na linha do bloco de manutenção”, explica o gerente de obras da Linha 17-Ouro. 

A ordem de descarregamento foi previamente definida para que os vagões fossem dispostos já na sequência correta para a montagem do trem. “Na montagem dos carros, fazemos o acoplamento entre eles. Os vagões possuem engates, conexões elétricas e pneumáticas entre eles”, completa Torres. Após a montagem, as equipes do Metrô iniciam os testes complementares aos que já foram feitos na China. 

Ao todo, o Metrô adquiriu junto à empresa BYD 14 trens feitos exclusivamente para a Linha 17-Ouro. A segunda composição será enviada ainda neste ano e o restante, ao longo do ano que vem.

Linha 17-Ouro

O Metrô retomou a construção da Linha 17-Ouro em setembro do ano passado e vem avançando nas obras com mais de mil pessoas envolvidas. O lançamento de vigas da via de operação comercial já foi concluído e há ainda atividades de fabricação das estruturas metálicas do Pátio Água Espraiada. 

Também já foram montados os aparelhos de mudança de via do pátio, instalada a primeira porta de plataforma, na Estação Vereador José Diniz, e instalados os trilhos de captação elétrica, bem como equipamentos do sistema de sinalização. Em paralelo, ocorrem trabalhos na China para a fabricação de outros conjuntos de portas de plataforma e o sistema AARU (Unidade Automática de Receptividade Garantida) que faz parte do sistema de tração dos trens.

 


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