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19/08/2024 às 16h27min - Atualizada em 20/08/2024 às 08h49min

Como o trauma afeta nosso cérebro: impactos emocionais e físicos.

Existem três áreas específicas do cérebro que são impactadas por eventos traumáticos.

SAMANTHA DI KHALI
Divulgação

O nosso cérebro é incrível. Ele é o centro de controle de todo o corpo humano e fazem ser quem somos. Mas, para algumas pessoas, pode parecer que estão lutando uma batalha constante com seu próprio cérebro. Pessoas que passaram por traumas, como violência, abuso, lesões graves ou desastres naturais, correm o risco de desenvolver uma condição chamada Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). O TEPT afeta a maneira como o cérebro funciona.

Existem três áreas específicas do cérebro que são impactadas por eventos traumáticos. A primeira é chamada de amígdala. O papel da amígdala é ajudar a controlar as emoções, instintos de sobrevivência e memória. Esta é a área do cérebro responsável pela nossa resposta de “luta ou fuga”. Para alguém que vivenciou trauma, a amígdala pode se tornar hiperativa, fazendo com que a pessoa fique intensamente consciente de tudo ao seu redor. Esta é a maneira do cérebro garantir que a pessoa consiga fugir de pessoas, lugares ou eventos que possam causar-lhe dano. Isso pode dificultar muito que alguém relaxe, durma ou encontre alegria em atividades fora de sua "zona de conforto".

A segunda área do cérebro afetada é chamada de hipocampo. Esta área auxilia no aprendizado e na memória. Estudos mostraram que pessoas que passaram por eventos traumáticos podem ter um hipocampo menor do que aquelas que não passaram. Pesquisas indicam que isso pode ser causado pelos hormônios liberados quando alguém experimenta níveis elevados e frequentes de estresse. A exposição prolongada a esses hormônios pode danificar ou destruir células no hipocampo. Pessoas com TEPT podem ter dificuldade em formar novas memórias, mas podem ter lembranças vívidas do trauma que sofreram. Situações que lembram o trauma podem desencadear sentimentos de pânico e medo extremo.

A terceira área do cérebro afetada é chamada de córtex pré-frontal. Esta parte do cérebro é responsável por regular as emoções. O córtex pré-frontal ajuda a controlar a atividade da amígdala. Para pessoas que não sofreram trauma significativo, o córtex pré-frontal sinaliza para a amígdala que certas situações ou pessoas são seguras, acalmando assim a resposta de "luta ou fuga". No entanto, em pessoas que vivenciaram trauma, o córtex pré-frontal pode ter dificuldade em regular o medo e outras emoções. Isso pode levar a frequentes sensações de pânico e ansiedade, bem como reações disfuncionais a situações que não são perigosas.

De acordo com a Dra. Karina Chernacov, psicóloga especializada no tratamento de pessoas vítimas de trauma, é também mediadora familiar da suprema corte na Flórida nos Estados Unidos, Dra. comenta que, indivíduos que sofreram traumas frequentemente desenvolvem uma hiperconsciência do ambiente ao redor. O medo constante os mantém afastados de situações que interpretam como ameaçadoras. Infelizmente, essa resposta defensiva pode levar ao desenvolvimento de sintomas como fadiga crônica, inquietação, ansiedade e à perda de experiências prazerosas. Contudo, a boa notícia é que essas alterações no cérebro não são irreversíveis!

Há uma variedade de abordagens terapêuticas comprovadamente eficazes no auxílio à superação do impacto causado pelo Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Entre elas, destacam-se a Terapia de Dessensibilização e a Terapia Cognitivo-Comportamental Focada no Trauma (TCC-FT), ambas amplamente utilizadas e bem-sucedidas no tratamento dos sintomas. Além disso, determinados medicamentos podem ser indicados para auxiliar pessoas que passaram por traumas a lidar com os sintomas mais intensos.

 

Após vivenciar um trauma, é comum que as pessoas apresentem uma série de reações emocionais e físicas. Entre essas reações, destacam-se a sensação de impotência e desesperança, acreditando que nenhuma ação tem o poder de causar mudanças significativas, e o sentimento de inadequação, marcado pela crença de que nunca se faz o suficiente ou que o que foi feito é insuficiente. Também é frequente a ansiedade exacerbada, decorrente da hipersensibilidade a estímulos como barulho ou cheiro, o que gera uma constante vigilância do ambiente em busca de ameaças. Pensamentos recorrentes sobre trabalho e um elevado nível de estresse corporal manifestam-se por meio de sustos frequentes, irritabilidade diante de pequenas provocações e dificuldade para dormir. Além disso, o trauma pode reduzir a capacidade criativa, comprometendo a energia necessária para desenvolver novas soluções aos desafios diários, afetando diretamente a habilidade de seguir em frente. Há também dificuldade em lidar com situações complexas, o que leva a uma visão simplista dos problemas, enxergando tudo de forma binária, como em "preto e branco". Em muitos casos, as pessoas negligenciam sua própria condição emocional, alimentando pensamentos como "Estou bem, não fui afetado, posso lidar com isso", enquanto ignoram os sinais de estresse. As consequências físicas são igualmente significativas, incluindo exaustão crônica, dores de estômago, cefaleias, bruxismo e dores na mandíbula, além de uma sensação constante de sobrecarga com as demandas cotidianas.

Pessoas que passaram por traumas necessitam de acompanhamento especializado de psicólogos ou psiquiatras capacitados para tratar os impactos psicológicos e físicos, bem como orientá-las no processo de recuperação e cura.

Saiba mais sobre a psicóloga Karina Chernacov pelo instagram:

@Karina.chernacov

 

 


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Samantha di Khali Comunica
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