11/06/2024 às 07h35min - Atualizada em 11/06/2024 às 07h35min

Menino tratado com se tivesse dengue morre de febre maculosa

Pais afirmam que desconfiavam que Eduardo tinha febre maculosa e que chegaram a avisar os médicos sobre uma picada

Jorge Talmon/ EPTV Campinas
Acidadeon
Laudo sobre a causa da morte foi divulgado nesta segunda-feira (Foto: reprodução/ arquivo pessoal)
Febre maculosa é a causa da morte de um menino de 13 anos em Sumaré, que foi tratado pela secretaria de Saúde da cidade como dengue. O laudo sobre a causa da morte foi divulgado nesta segunda-feira (10).

Os pais afirmam que desconfiavam que Eduardo tinha febre maculosa e que chegaram a avisar os médicos sobre uma picada que o jovem levou na perna direita.

Ainda de acordo com os pais, o hobbie de Eduardo era pescaria, e ele frequentava pesqueiros e lagoas de condomínios em Campinas.

Os sintomas começaram em 8 de maio, e, no dia seguinte, a família o levou a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Nova Veneza – onde o menino precisou voltar várias vezes. Mesmo assim, ele não foi internado.

“Não teve um dia que um médico examinou ele. Ninguém examinou a garganta, o ouvido, olhou a barriga, que ele tanto reclamava de dor”, afirmou a mãe, Ianca Brazilino Queiroz.

“Simplesmente não tinha teste, e diziam: – dengue é assim mesmo. É tratar em casa e só voltar se tiver um foco de hemorragia”, complementa.

Ainda de acordo com Ianca, ela avisou os médicos de que o filho tinha levado uma picada na perna direita e questionou um dos profissionais se não poderia ser febre maculosa.

O último dia do Eduardo com a família foi em 14 de maio. Às 7h30, ele convulsionou, sangrando pela boca. A família, então, o levou de novo para o pronto atendimento. Depois, o menino foi transferido para o Hospital Estadual de Sumaré, onde ficou internado na UTI, mas não resistiu, morrendo no dia seguinte, às 5h30.

No atestado de óbito, a “dengue” aparece associada à expressão “choque misto”, e depois aparece novamente sozinha no fim da lista de causas da morte.

A família entrou com uma denúncia do Ministério Público. “O nosso objetivo é que os médicos tenham mais atenção ao que as pessoas informam”, informa a mãe. Já Câmara de vereadores de Sumaré informou que enviou um ofício à Prefeitura pedindo a abertura da sindicância sobre o caso.A Administração municipal disse que abriu uma sindicância interna para apurar o caso.

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