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26/03/2024 às 19h03min - Atualizada em 26/03/2024 às 19h03min

Após irmão morrer em confronto com a Polícia Militar, mulher questiona suspeita dele comandar o tráfico de drogas e sua ligação com organização criminosa

Segundo Boletim de Ocorrência, o envolvido, de 30 anos, morreu, na última quarta-feira (20), após trocar tiros com os agentes, na Vila Marina, em Presidente Prudente (SP).

G1
Suspeito de comandar tráfico de drogas na linha férrea morre em troca de tiros com a Polícia Militar, em Presidente Prudente (SP) — Foto: Bárbara Munhoz/g1
Dois dias após o irmão ter morrido em um confronto com a Polícia Militar em Presidente Prudente (SP), a irmã dele prestou depoimento à Polícia Civil relatando que o homem, de 30 anos, não era vinculado à nenhuma organização criminosa e não possuía arma de fogo. Ele era suspeito de comandar o tráfico de drogas na linha-férrea.

A mulher, de 45 anos, disse aos policiais que o irmão era usuário de entorpecentes e tinha problemas com bebidas alcoólicas. Além disso, ela também relatou que ele possuía “problemas mentais” e “sempre fez acompanhamentos psicológicos e psiquiátricos”.

“Ele não era nenhum comandante de tráfico, ele era usuário de drogas”, disse ela ao g1.

Ainda conforme o depoimento, a mulher ressaltou que desconhece que seu irmão era vinculado à alguma organização criminosa e relatou ainda que, durante o velório dele, escutou uma pessoa dizendo que tinha um colega que estava com seu irmão na linha-férrea, viu ele apanhando e pedindo para não ser morto.

“Chegou uma moça no velório e falou: ‘que pena, os policiais não deixaram socorrer seu irmão’. Quando chegou a ambulância, eles falaram ‘não socorre, deixa agonizar’”, relatou a mulher ao g1.

Por fim, a mulher disse ainda que ouviu durante o velório de seu irmão, que a arma de fogo não pertencia à ele e foi inserida no local pelos policiais militares.

“Eu não estou falando que ele era inocente. Ele não era inocente, ele só não estava do jeito que eles colocaram. Ele não tinha arma e foi morto”, afirmou a mulher ao g1.
Ela relatou ao g1 que a família não foi informada da morte do irmão e só souberam do ocorrido após um amigo dele desejar os pêsames à seu outro irmão. Na sequência, a irmã deles ligou na Delegacia e confirmou a morte com o delegado plantonista.

“Ninguém entrou em contato para avisar. Eles tinham os documentos, tinham tudo do meu irmão. Ninguém ligou para avisar que ele tinha sido morto”, finalizou a mulher.
Ao g1, o delegado responsável pelo caso, Claudinei Alves, informou que o inquérito policial foi instaurado, os policiais militares e familiares da vítima foram ouvidos e aguarda o resultado dos laudos periciais.

'Surpreendidos por disparos'
Por meio de nota ao g1, a Polícia Militar informou que o foco da operação "estava na detecção de atividades criminosas, presença de possíveis traficantes de drogas e irregularidades em bares locais" e, em certo momento, a equipe foi informada sobre um indivíduo que estaria armado e ameaçando os pedestres, "além de supostamente estar envolvido com tráfico de drogas".

"Durante a incursão de averiguação dos fatos, os policiais foram surpreendidos por disparos de arma de fogo que vinham em sua direção. Os disparos foram efetuados por um indivíduo que notou a aproximação da equipe, sendo imediatamente repelida a injusta agressão", afirmou o posicionamento da PM.

Por fim, a Polícia Militar esclareceu que o envolvido foi desarmado "ainda vivo" e socorrido, porém o óbito foi constatado no local.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo informou ao g1 que um revólver calibre 38, um aparelho celular e 95 gramas de crack foram apreendidos e as armas de fogo dos policiais também foram apreendidas e encaminhadas para perícia.

"O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial, resistência, legítima defesa, tráfico de drogas e tentativa de homicídio pela Delegacia Seccional de Presidente Prudente" finalizou a SSP.

Relembre o caso
Um homem, de 30 anos, morreu na noite da última quarta-feira (20), após trocar tiros com policiais militares, na Vila Marina, em Presidente Prudente (SP). Ele era suspeito de comandar o tráfico de drogas na linha-férrea.

Conforme o Boletim de Ocorrência registrado, a equipe da Força Tática iniciou uma operação conjunta com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Presidente Prudente (Sedepp) e a Vigilância Sanitária na Rua Mendes de Moraes por volta das 18h, especificamente nos bares da região, com o intuito de combater o tráfico de drogas, visto que a linha-férrea “é um ponto intenso de encontro de usuários e traficantes”.

Durante revista nos locais apontados, os policiais receberam informações de que um homem, de 30 anos, era integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e estaria comandando o tráfico de drogas na linha-férrea. Ainda conforme as informações, ele teria uma arma de fogo e ameaçava os usuários de drogas, bem como efetuava disparos em via pública.

Com a denúncia de que o envolvido se escondia em um terreno baldio, os agentes foram até o local por volta das 22h25 para verificar a suspeita e foram surpreendidos com disparo de arma de fogo na direção em que estavam.

Os dois policiais que atendiam a ocorrência efetuaram três disparos cada na direção do suspeito, que estava com uma arma em mãos. Segundo o documento policial, o ambiente estava escuro e os militares só notaram a presença do suspeito no terreno após o disparo.

Após os tiros, os agentes encontraram o homem caído no chão com vida e um deles o desarmou. Um dos policiais retornou a viatura e solicitou o resgate, mas o envolvido não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Posteriormente, os militares identificaram que o suspeito estava armado com um revólver calibre 38, carregado com seis cartuchos, sendo um deflagrado, um “picotado” e quatro intactos. Também foi encontrado um celular e uma pedra bruta de crack nos pertences do suspeito.

Durante a realização da perícia, também foi localizada uma carteira com documentos da vítima e dinheiro.

Os agentes não se machucaram.

As armas de fogo e os cartuchos que pertencem à Polícia Militar foram apreendidos para a realização de exame pericial.

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