Foto: Petrônio Pereira Lima Presidente AEANA Inteligência Artificial (IA) tem se tornado uma presença cada vez mais marcante no mundo das engenharias, trazendo consigo uma série de transformações e desafios para os profissionais dessa área. O impacto da IA no trabalho das engenharias é profundo e multifacetado, abrangendo desde a automação de processos até o desenvolvimento de soluções inovadoras.
Uma das principais áreas em que a Inteligência Artificial está causando impacto é na automação de tarefas repetitivas e de baixo valor agregado. Os sistemas de IA podem realizar análises de dados em grande escala, otimizar processos de produção e realizar tarefas de monitoramento e controle de forma mais eficiente do que os métodos tradicionais. Isso permite que os engenheiros se concentrem em atividades mais complexas e criativas, aumentando a produtividade e a qualidade do trabalho realizado.
Além da automação, a IA também está impulsionando a inovação nas engenharias. Com algoritmos avançados de aprendizado de máquina e redes neurais, os engenheiros podem desenvolver sistemas e produtos mais inteligentes e adaptáveis. Por exemplo, na área da robótica, a IA permite criar robôs autônomos capazes de aprender e se adaptar ao ambiente, realizando tarefas complexas com precisão e eficiência.
Para o presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos da Alta Noroeste (AEAN), Petrônio Pereira Lima, outro aspecto importante é o impacto da IA na tomada de decisões. Com a análise de dados em tempo real e a capacidade de prever tendências e padrões, os engenheiros podem tomar decisões mais embasadas e estratégicas. "Isso é especialmente relevante em setores como o de energia e transporte, nos quais pequenas mudanças podem ter grandes impactos no desempenho e na eficiência dos sistemas", destaca Lima.
Desafios
No entanto, juntamente com os benefícios, a Inteligência Artificial também traz desafios e questões a serem enfrentadas pelos engenheiros. Um dos principais desafios é garantir a segurança e a ética no uso da IA, evitando vieses algorítmicos e garantindo a privacidade dos dados. Além disso, essas ferramentas podem levar à substituição de alguns empregos tradicionais, exigindo dos profissionais das engenharias constante atualização de habilidades e conhecimentos.
"Diante deste cenário, é fundamental que os engenheiros estejam preparados para aproveitar os benefícios da IA e ao mesmo tempo enfrentar os desafios que ela apresenta. Isso inclui investir em educação e treinamento em Inteligência Artificial, desenvolver sistemas éticos e transparentes, e estar aberto a novas formas de colaboração e trabalho em equipe", comenta o presidente da AEAN.
A IA está transformando o trabalho das engenharias, oferecendo oportunidades para maior eficiência, inovação e tomada de decisões mais embasadas. No entanto, é essencial abordar de forma responsável e ética os desafios que essa tecnologia traz, garantindo um futuro sustentável e inclusivo para os profissionais das engenharias.
Crea-SP
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP), que representa os profissionais da área tecnológica, está sempre de olho nas principais inovações, entre elas a Inteligência Artificial e os seus impactos no mercado de trabalho.
De acordo com a engenheira Lígia Mackey, presidente da entidade, a IA possibilita ferramentas que otimizam o trabalho dos profissionais da área tecnológica. "Não acreditamos que as máquinas vão substituir os humanos, que é uma das grandes preocupações quando falamos do assunto. Devemos treiná-las para executar tarefas por nós e não competir com elas", ressalta Lígia.
Para a representante da entidade, como tudo o que a tecnologia traz, é preciso utilizar a IA com sabedoria. "Para isso, acreditamos que a capacitação, que nos ajuda a entender melhor as novas soluções que surgem todos os dias, é o primeiro passo. Aqui no Crea-SP, acreditamos que a inovação é sempre positiva. A IA não vai fazer as pessoas perderem seus trabalhos. Pelo contrário, a ideia é que a tecnologia ajude os profissionais a ficarem menos sobrecarregados com demandas manuais, possibilitando que eles possam pensar em melhorias e inovações para fazer mais e melhor. Mas, temos aí um ponto de atenção: o mercado vai sim exigir que as pessoas saibam trabalhar com a IA, quem não se adaptar vai ficar para trás", afirma.
Orientação
O assunto bastante discutido no Conselho, já tendo sido tema de cursos do Crea-SP Capacita, a plataforma de ensino da entidade, e assunto de palestra no Colégio de Entidades Regionais (CDER). A abordagem é sempre a de que é preciso trabalhar em colaboração com a inovação, aprendendo a operar as novas ferramentas, mas também fortalecendo habilidades que só os engenheiros e agrônomos têm, e que serão cada vez mais exigidas pelo mercado, como criatividade, hipercolaboração, inteligência compartilhada e gestão de conflitos. Para Lígia, as pessoas não serão substituídas pelas máquinas, mas podem ser por quem sabe usá-las bem.
"Além das discussões e investimento em capacitação para incentivar o uso das novas soluções pelos profissionais, como temos feito com o Crea Capacita, também investimos em tecnologia para digitalizar nossos próprios processos, movimento que inclui empregar ferramentas de inteligência artificial para otimizar o trabalho. Por isso, aceleramos nosso processo de modernização de infraestrutura e processos, priorizando a atualização dos sistemas de banco de dados, de forma a permitir a modernização das aplicações", esclarece a presidente do Crea-SP.
Lígia finaliza a sua análise dizendo que, feita de maneira automatizada, a análise de processos e validação de documentos ficou mais rápida e vem dando resultados. Os números da fiscalização são uma prova disso: entre 2015 e 2023, as ações aumentaram 2.670%. Também foi desenvolvida uma nova plataforma de serviços e lançado um módulo exclusivo para otimizar a emissão da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Com opções de geolocalização, preenchimento automático de endereço e salvamento instantâneo, a emissão do documento ficou ainda mais ágil. "E esses são só alguns exemplos de como a IA pode ser nossa aliada", conclui.
