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19/03/2024 às 12h19min - Atualizada em 20/03/2024 às 08h27min

Mulheres são obrigadas a cuidar da casa e dos negócios ao mesmo tempo, aponta pesquisa

Andreia Souza Pereira
Internet

Em pesquisa feita e apresentada pelo Sebrae Minas, o fato de ter que equilibrar a vida caseira e a de empreendedora é o que mais apresenta desafios para as mulheres. Por mais que elas estejam em crescimento no âmbito profissional, a exigência externa sempre parte do princípio de que cuidar dos afazeres domésticos e de outros assuntos, como a educação e o cuidado dos filhos, seja única e exclusivamente tarefa feminina.

 

Por conta disso, de acordo com a própria pesquisa, 70% das mulheres que cuidam de algum negócio estão na linha de frente, também, das necessidades da casa. Ainda tendo como base o número total, 53% classificam essa obrigação como algo de dificuldade moderada ou alta.

 

Apesar disso, a visão geral permanece no entendimento de que a rotina de empreendedora da mulher não retira em nada suas obrigações em casa. No caso das casadas com homens, elas são obrigadas, ainda, a não ver a mesma rigidez com eles, independente da carreira de ambos.

 

Na opinião de Cristina Boner, empresária da área da tecnologia, “Não importa o quanto fazem, as mulheres sempre serão vistas como incompletas, ou até incompetentes, caso não estejam fazendo as coisas do lar com a mesma concentração e afinco que ele deve usar na empresa. Até pouco tempo, as características que muitos queriam ver nas mulheres, inclusive com esse tratamento público, eram as de bela, recatada e do lar. Isso mudou novamente na opinião mais ampla e geral, mas ainda é pensamento para muitos, principalmente em grupos mais fechados e nichados”.

 

Como os números da pesquisa apontam, muitas das mulheres que avançam para o mundo do empreendedorismo já escolhem esse caminho pensando em seus filhos. Seja pela flexibilidade de horário ou pela questão financeira, de ter como cuidar das crianças, essa ideia de que o futuro delas estará garantido é um grande motivador nesse cenário.

 

Outro motivo para a reclamação das mulheres parte exatamente desse ponto. Pelos números apresentados pelo levantamento, apesar de tudo, 44% das entrevistadas afirma que não tem com quem deixar os filhos durante o período de trabalho, enquanto 74% vê nos negócios sua principal fonte de renda.

 

Para Boner, O cenário que a mulher encontra quando começa a investir em um negócio próprio é bastante complicado. Por muitas vezes, parece ser um fardo, e dos mais pesados, mas é preciso continuar para ter um vislumbre de melhoria em sua situação. Recentemente, perdemos uma grande empreendedora, a Luiza Trajano, fundadora da Magazine Luiza. Neste mês, muitas são as homenagens às mulheres. Entretanto, ainda parece que precisamos fazer muito mais do que seria realmente necessário. Não adianta focar em presentes e mensagens bonitas em poucas datas específicas se elas não se comprovam verdadeiras no momento seguinte. Por isso, a luta para que a presença das mulheres no mundo dos negócios se mantém muito viva”.

 

O Sebrae Minas ouviu 927 pessoas no total da pesquisa. Dessas, 336 eram as mulheres que resultaram nos números do estudo, lançado na véspera do Dia Internacional das Mulheres

 

Veja mais em: Cristina Boner, da Globalweb, conta como virou empreendedora no Day1 - Pequenas Empresas Grandes Negócios | Empreendedorismo (globo.com)


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