Quem nunca desejou que todos os dias fossem perfeitos que atire a primeira pedra. Esse seria o mundo ideal, mas para crescer e amadurecer é necessário enfrentar todos os obstáculos que vão aparecer pelo caminho (e eles vão aparecer, é algo inevitável). O importante nessa jornada é como cada um vai agir quando os problemas surgirem.
Nestes momentos devemos lembrar da palavra resiliência, que é a capacidade de voltar ao estado natural ou habitual de saúde (física e mental). Já na psicologia, significa a resistência ao choque, ou seja, a capacidade de enfrentar e superar as adversidades.
Quando percebemos que não conseguimos controlar o que acontece, mas, sim a forma como reagimos a isso, fica claro que precisamos ser extremamente adaptáveis principalmente nos dias atuais, onde vivemos vidas artificiais cercada por respostas prontas, filhos e vidas perfeitas no mundo on-line, enquanto na vida real ninguém é perfeito.
“Ser resiliente é a habilidade de cada um em se recuperar das mais diversas experiências negativas, fortalecendo-se cada vez mais a cada superação, mantendo o senso e o equilíbrio emocional de maneira eficaz. O ser humano consegue se dobrar, ao invés de se partir ou quebrar mediante as intempéries do dia a dia”, comenta Rodrigo Bravim, psicólogo e professor no curso de pós-graduação em Medicina do Esporte na Faculdade UNIGUAÇU.
Existem fatores que contribuem para a resiliência de cada um: autoestima, autoconfiança e amor próprio são a base de alguém mentalmente saudável. Esses pilares sustentam o ser humano e as certezas dos seus valores pessoais podem ser trabalhados diariamente para se fortalecer, afinal, quem sabe quanto vale não se abala com qualquer coisa.
O psicólogo enfatiza a importância de ter uma rede de apoio de qualidade com pessoas que podem e vão agregar no dia a dia da pessoa, aumentando a estabilidade emocional, a boa comunicação e dando uma flexibilidade cognitiva apresentando outros pontos de vista e perspectivas. “Enquanto para um o copo está meio cheio, para outro está meio vazio. Novas perspectivas desempenham uma função muito importante para expandir a capacidade interpretativa de eventos com que estamos lidando”.
Muitos acreditam que resiliência é uma habilidade inata, ou seja, a pessoa nasce resiliente, o que não é verdade. O indivíduo nasce e a forma como ele vai processando os acontecimentos da vida o fortalecem ou não para lidar com os próximos desafios.
É bem comum também acreditar que pessoas resilientes são imunes ao estresse, superam tudo facilmente ou apenas ignoram, e isso, está bem longe da verdade. “A pessoa precisa processar os acontecimentos como todo mundo faz normalmente. Suporte e terapia ajudam a perceber outras possibilidades do mesmo acontecimento fazendo assim que isso se desenrole de forma mais fluida e passe, sem ficar remoendo o que está acontecendo. O processo terapêutico entra com o intuito de iluminar os campos interpretativos e possibilidades, fazendo com que a pessoa consiga enxergar a vida e as situações além do problema em si”, orienta Bravim.
Rodrigo preparou estratégias para cultivar a resiliência de maneira simples: