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01/03/2024 às 14h47min - Atualizada em 01/03/2024 às 14h47min

'Japa do Crime', viúva de chefe de facção executado e presa com mais de R$ 1 milhão, é solta e vai cumprir prisão domiciliar

Ela foi presa no dia 8 de fevereiro suspeita de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas na Baixada Santista. Cumprimento da prisão domiciliar será realizado de forma integral e monitorada, com o uso de tornozeleira eletrônica.

G1
Karen de Moura Tanaka Moris foi presa com mais de R$ 1 milhão em dinheiro — Foto: Divulgação/Polícia Civil e Matheus Croce/TV Tribuna
Karen de Moura Tanaka Mori, conhecida como a 'Japa do crime', teve a prisão preventiva convertida em domiciliar pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Ela é suspeita de lavar dinheiro do tráfico de drogas na Baixada Santista e viúva de Wagner Ferreira da Silva, apontado como um dos chefes da principal facção criminosa do estado de São Paulo (confira detalhes abaixo).

A decisão foi tomada pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital. A concessão da prisão domiciliar leva em consideração que Karen tem um filho de 12 anos e não é investigada por crimes violentos.

O cumprimento da prisão domiciliar será realizado de forma integral e monitorada, com o uso de tornozeleira eletrônica. “Apesar da gravidade dos fatos e dos indícios de autoria, que pairam contra a indiciada, concluo, em observância ao Código de Processo Penal, que ela faz jus à prisão domiciliar.”, diz a decisão.

Segundo apurado pelo g1, Karen deixou o Centro de Detenção Provisória Feminino de Franco da Rocha no dia 24 de fevereiro e está cumprindo a determinação da Justiça em sua residência, na capital paulista.

Karen foi presa no dia 8 de fevereiro pela Polícia Civil suspeita de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas na Baixada Santista para a principal facção criminosa do estado. Na residência dela, foram apreendidos R$ 1 milhão e 50 mil dólares [cerca de R$ 249 mil na cotação atual] em dinheiro, além de um veículo da marca Audi.

Karen teve a prisão em flagrante convertida em preventiva por não apresentar condições financeiras compatíveis com o que foi apreendido em sua residência. Em entrevista ao g1, na época, o advogado de defesa João Armôa Junior disse que o dinheiro encontrado na casa é oriundo de meios lícitos.

Segundo ele, os valores são referentes a compra e venda de veículos e imóveis. Armôa ainda destacou que a acusada tem ensino superior e é ré primária. “A maior prova que ela está falando a verdade sobre esse tema é que nunca ela foi investigada por organização criminosa enquanto o marido era vivo e nem logo após a morte dele”, enfatizou.

Lavagem de dinheiro
O anúncio da prisão de Karen foi feito durante entrevista coletiva realizada pelo secretário de segurança pública do estado, Guilherme Derrite, e pelo delegado geral de São Paulo, Artur José Dian, na sede do Comando de Policiamento do Interior Seis (CPI-6), em Santos (SP).

Segundo Dian, as investigações iniciadas em junho de 2023 apontam 'Japa' como uma das principais responsáveis pela lavagem de dinheiro do tráfico de drogas para a facção na Baixada Santista.

"Ela fazia a lavagem de dinheiro através de diversas empresas de 'laranjas'. Pegava esse dinheiro e o fazia circular. Os relatórios de informações financeiras levam a milhões de reais", explicou o delegado geral.

O relatório, elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), mostra que uma empresa criada por Karen logo após o falecimento de Wagner registrou uma movimentação de mais de R$ 35 milhões.

Ainda de acordo com Dian, foram cumpridos três mandados de busca, sendo um em uma residência em Bertioga (SP), outro em um escritório virtual que era utilizado por 'Japa' para fazer os acordos de lavagem de dinheiro, e o último no apartamento dela no bairro Tatuapé, em São Paulo.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo e o delegado geral do estado revelaram que 'Japa' é viúva de Wagner Ferreira da Silva, o 'Cabelo Duro', com quem teve um filho, atualmente com 12 anos.

Wagner é suspeito de participar de roubos em marinas de luxo no litoral paulista e do assassinato de um policial militar. A polícia apura se Wagner desviou dinheiro ou estaria envolvido nos assassinatos de outros dois membros da facção: Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca.

Wagner Ferreira da Silva foi morto com tiros de fuzil aos 32 anos, em um ataque realizado na frente do hotel Blue Tree Towers, na Zona Leste de São Paulo, em fevereiro de 2018.

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