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22/02/2024 às 18h37min - Atualizada em 22/02/2024 às 18h37min

Cacau Show compra o parque de diversão o Playcenter

Mais um passo da estratégia de associar experiências à marca de chocolates

Assessoria de imprensa
Foto: Divulgação
Valor do negócio não foi informado. Se confirmado pelo Cade, espaços da empresa pioneira de parques de diversão em shoppings terão serviços de alimentação e personagens ligados à fabricante de doces

A Cacau Show anunciou nesta última terça-feira dia 20 a compra do Grupo Playcenter, pioneiro no setor de parques de diversão no Brasil. O valor do negócio não foi informado. A aquisição marca mais um capítulo da estratégia da fabricante de chocolates de criar espaços que proporcionem experiências aos seus clientes.

Negociação entre fundadores
Alexandre Costa negociou a aquisição do Playcenter diretamente com o octogenário Marcelo Gutglas, fundador da empresa de lazer. O criador da Cacau Show foi apresentado a ele por Vanessa Costa, presidente da Associação Brasileira de Parques e Atrações (Adibra).

A Cacau Show tem uma rede de 4.200 lojas no país, atualmente único canal de vendas da marca, juntamente com as vendas diretas e on-line. A compra do Playcenter vai permitir à companhia avançar na criação de parques de diversões e estruturas de lazer temáticas.

A concretização do negócio está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Até lá, as estruturas das duas empresas continuam independentes. Depois, a expectativa é que as marcas caminhem juntas, sob o comando de Alexandre Costa, fundador e CEO da Cacau Show.
Com mais de 50 anos, o Playcenter marcou a infância da geração X, com a criação do primeiro parque de diversões de grande porte no Brasil, em São Paulo. Depois, com o fechamento do espaço, a empresa seguiu com dois modelos de operação em shoppings centers de São Paulo e Salvador: os Playlands, com brinquedos menores, e o Playcenter Family, com estruturas maiores, mas ainda em ambientes cobertos.
A ideia é que, daqui para frente, a operação de alimentos e bebidas dos parques do Playcenter fique a cargo da Cacau Show. Com inspiração na Disney, os polos de entretenimento também devem ter atrações temáticas, ligadas ao universo dos chocolates, e incluir personagens fantasiados, como chocomonstros. Dessa forma, os parques de diversões serão associados à marca da Cacau Show.

A expectativa é que, em 2024, a Cacau Show fature R$ 7 bilhões, e o Playcenter, R$ 120 milhões. No ano passado, os faturamentos foram de R$ 5,5 bilhões e R$ 100 milhões, respectivamente.

Expansão para fora de SP
Costa afirmou que a previsão é expandir as operações dos parques para outros estados, como o Rio de Janeiro, a partir do segundo semestre de 2024. Ao longo do tempo, segundo ele, o plano é triplicar o número de funcionários do Playcenter, atualmente em torno de 500 pessoas.

Ele explica que, quando a empresa decidiu parar de vender seus chocolates em supermercados e concentrar as vendas em lojas com marca própria, percebeu que a melhor estratégia seria associar as vendas a experiências.

— A gente sempre entendeu que o consumidor queria experiência. Ele não quer encontrar o produto de qualquer jeito, embaixo da prateleira de copos.

Megaloja e hotéis
A Cacau Show investiu recentemente em uma megaloja, de 3 mil metros quadrados, em Itapevi (SP), onde há carrossel, montanha russa e boliche, diz Costa. Outra frente de investimentos nesse sentido é a de hotelaria.

Em 2022, a companhia inaugurou o Bendito Cacao Resort & SPA, em Campos do Jordão. Trata-se de um hotel com inspiração no chocolate que possui mais de 90 quartos. Na recepção, diferentes tipos de chocolate da marca ficam disponíveis para os hóspedes.

Neste ano, a Cacau Show vai inaugurar o Bendito Cacao Family Resort, em Águas de Lindoia (SP), com 270 quartos temáticos inspirados nos produtos da marca.


Cacau Show compra o Play Center. Valor do negócio não foi divulgado — Foto: Divulgação

Gutglas é um nome conhecido no setor de lazer e entretenimento, tendo sido o responsável por batizar as máquinas de jogo eletrônico com o nome de fliperama, na década de 1970. Ele procurava alguém que pudesse manter o seu legado vivo, já que não tinha sucessores para liderar o Playcenter.

Segundo Costa, a conversa entre eles durou só 15 minutos, e o preço — que as empresas não divulgam — foi acordado. Do apertar de mãos até o grande anúncio, foram três meses de intervalo.

Vanessa avalia que, para o setor, é uma notícia muito positiva, já que é preciso investir constantemente em novidades para fazer os clientes voltarem. No ano de 2022, os parques de diversão no Brasil receberam mais de 89 milhões de visitantes.

Pesquisa recente da Adibras, apontou que 25% dos parques do país estão atrelados a algum negócio complementar, como hotéis, resorts e centros de compras.

Ela conta que enxergou, desde o primeiro momento, a sinergia entre Cacau Show e Playcenter, duas empresas que, para ela, “vendem felicidade”:

— É muito diferente quando um parque é comprado por um fundo de investimentos do que o que está acontecendo agora. Gutglas encontrou alguém apaixonado que pudesse dar continuidade ao seu legado.
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