AtaNews Publicidade 728x90
06/02/2024 às 09h33min - Atualizada em 06/02/2024 às 09h33min

Publicitária é executada com 10 tiros na porta da casa de amiga em Ribeirão Preto

A Polícia Civil de Ribeirão Preto (SP) instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte da publicitária Dayane Isabel Roncari, de 33 anos. Ela morreu no domingo (4) com pelo menos dez tiros, enquanto estava na porta da casa de uma amiga no bairro Jardim Maria Goretti, na zona Oeste da cidade.

G1
Foto/ Redes Sociais
O delegado Rodolfo Latif Sebba, que chefia a investigação, informou que todos os indícios levam a crer que o crime foi uma execução. No local do homicídio, a perícia localizou 30 cápsulas deflagradas de calibre 9 milímetros.

Segundo o boletim de ocorrência, os tiros foram disparados por dois homens encapuzados, que desceram de um veículo preto e tinham a vítima como alvo. Dayane foi atingida nas pernas, nas costas, no abdômen, nos seios, braços, rosto e na cabeça.

“Com o que a gente tem nesse momento, a gente já consegue descartar feminicídio, entre outras coisas. Nós temos de fato, concreto, a execução de uma pessoa. Nós temos comprovado pelo modus operandi que é uma ação do crime organizado, então nosso objetivo agora é tentar identificar essas pessoas”, diz o delegado.

A mulher que conversava com a publicitária não sofreu ferimentos.

Imagens de câmeras de segurança no local podem ajudar a polícia a obter mais informações sobre a identidade dos atiradores.

Ficha criminal
De acordo com o delegado, Dayane era conhecida no meio policial, inclusive com passagem por assassinato.

Em 2018, ela foi presa e acusada de homicídio e tentativa de homicídio dolosos, quando há intenção de matar. Cinco anos depois, ela acabou condenada pelos crimes, mas recorria em liberdade.

Segundo a acusação, em outubro de 2018, Dayane seguia de carro com amigas, uma delas grávida de nove meses, pelo bairro Parque das Andorinhas, quando se deparou com o ex-namorado, Wendell Souza de Almeida, de moto com a jovem Ester Lisboa Ribeiro Santos, que estava na garupa.

Ela passou a perseguir o casal até provocar um acidente que causou a morte de Ester, que tinha 18 anos. Testemunhas disseram que ela chegou a cruzar o canteiro central da Avenida Luiz Galvão César na tentativa de atropelar as vítimas. Após bater o carro na traseira da moto, Dayane ainda acelerou o veículo contra Ester e Wendell, caídos no chão.

A jovem morreu na hora. Wendell sofreu ferimentos gravíssimos, mas sobreviveu à ação.

Na época, Dayane disse à polícia que o acidente aconteceu quando ela acompanhava o ex-namorado para pedir que ele devolvesse a moto e o capacete que Ester usava, porque os dois eram dela. Também alegou que perdeu o controle da direção porque estava no carro automático da mãe e que não tinha familiaridade com o mecanismo.

Os argumentos não convenceram a investigação, e o Ministério Público a denunciou pelo homicídio de Ester e pela tentativa de assassinato contra Wendell e por ter agido motivada por ciúmes.

A Justiça decretou a prisão preventiva dela, mas, em abril de 2019, Dayane foi colocada em liberdade por força de um habeas corpus.

De volta à mira da polícia
Em junho de 2021, Dayane voltou a entrar na mira da polícia depois que Wendell acabou executado a tiros no bairro Parque das Figueiras.

As imagens do crime mostram que Wendell estava sentado na calçada da Rua Arthur Fracadosso, conversando com um rapaz em uma moto, quando foi surpreendido por dois homens que chegaram a pé atirando. Na época, a perícia recolheu pelo menos 30 cartuchos de pistola 9 milímetros na cena do crime.

De acordo com o delegado Rodolfo Latif Sebba, que também atuou no caso, a Polícia Civil identificou e prendeu os atiradores, mas o mandante do crime ainda é alvo de investigação até hoje.

Dayane passou a ser cogitada, mas a investigação não conseguiu apontar o envolvimento direto dela.

“Posteriormente, o que seria o pivô dessa relação conturbada e conflituosa [Wendell] foi morto no ano de 2021. Uma investigação que nós esclarecemos os executores dos fatos. Posteriormente, a gente foi sabendo de outras informações que poderiam ligar ela [Dayane] ou não a esse crime. A gente continuou trabalhando com isso. A execução do Wendell foi plenamente esclarecida com relação às pessoas que realizaram os disparos. As outras circunstâncias a gente ainda trabalha com elas, em relação a quem mandou matar. Ela [Dayane] seria uma suspeita desse fato, mas a gente ainda trabalha com as informações”, afirma Sebba.

Condenação por crimes de 2018
Há um ano, em fevereiro de 2023, Dayane foi levada a júri popular e condenada a sete anos e nove meses de prisão, em regime semiaberto, pelos crimes praticados em 2018 contra Ester e Wendell. Como aguardou o julgamento em liberdade, o juiz do caso concedeu à publicitária o direito de recorrer fora da cadeia.

Em julho do ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a pena aplicada em primeira instância, mas a defesa recorreu novamente e o recurso está em fase de análise.

O g1 entrou em contato com a defesa de Dayane e aguarda um posicionamento.

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »