Ameaça de calor extremo vira preocupação para Jogos Olímpicos de Paris

Além das constantes preocupações com segurança, a organização dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 está em alerta para outra questão durante o maior evento esportivo do planeta. A ameaça de calor extremo em julho deste ano virou motivo de atenção após uma análise do Laboratório de Ciências Climáticas e Ambientais (LSCE).

Em 2003, a França sofreu uma onda de calor que teve efeitos duradouros, incluindo a morte de milhares de pessoas e o colapso do sistema de saúde. De acordo com especialistas, o próximo verão europeu poderá ter um cenário pior do que o registrado 21 anos atrás.

“A motivação baseou-se desde o início na observação da onda de calor de 2003, que surpreendeu a todos pela sua magnitude e que ninguém pensava ser possível antes de acontecer”, explica Pascal Yiou, do Laboratório de Ciências Climáticas e Ambientais e autor principal do estudo publicado na revista Npj Climate and Atmospheric Science.

A trágica onda de calor de 2003 deixou os hospitais sobrecarregados e resultou em cerca de 15 mil mortes. Segundo o estudo da LSCE, “temperaturas superiores ao recorde de 2003 são possíveis em 2024".

“Em 20 anos, o clima mudou e a ideia era alertar as autoridades que poderia acontecer algo significativamente muito pior do que em 2003, o que é possível”, destacou Yiou.

Apesar do alerta, os organizadores de Paris-2024 afirmam estar "plenamente conscientes do impacto que as alterações climáticas podem ter nas competições" e admitem que algumas provas poderão ser alteradas por questões climáticas relacionadas ao calor extremo, como a maratona feminina, que foi antecipada devido às altas temperaturas.