Reprodução Após receberem um dos cachorros mortos e o outro com sinais de maus-tratos, depois de deixá-los no que deveria ser um hotel para animais em Belém, a pedagoga e empresária Renata Cecília e o marido descobriram onde os seus animais estavam realmente hospedados: em um pequeno quarto com péssimas condições, no quintal da casa de um amigo da dona da hospedagem.
Renata disse que o marido registrou fotos do local insalubre na última sexta-feira (26).
A residência é localizada na mesma travessa do prédio que abrigaria os dois spitz alemães, a Apinagés, no bairro Batista Campos. Segundo a pedagoga, a casa pertence a um amigo da proprietária da hospedagem.
“Ele trabalha num lava a jato que fica perto da casa dela. Ela conheceu ele nesse lugar. Ela entregava para esse rapaz levar para casa dele”, disse Renata, que formalizou a denúncia.
A Polícia Civil (PC) informou que perícias foram solicitadas e que os envolvidos estão sendo ouvidos pela Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa), que investiga o caso.
“Dá muita revolta imaginar que eles [os cachorros] ficavam trancados ali dentro, com medo, fome e sede”, desabafou a tutora.
A suspeita, identificada apenas como ‘Izabel’ disse à Renata que ia se ausentar para uma cirurgia e deixaria os animais sob responsabilidade de um conhecido de confiança.
Já de acordo com vizinhos, ‘Izabel’ viajou para cursar medicina em outro estado, mas é considerada desaparecida desde o dia 12 de janeiro.
O homem disse que não tem mais contato com Izabel, sem informar desde quando, e afirmou que recebeu o valor de R$150 para “olhar os cachorros”.
A denúncia
A hospedagem para animais — prometia passeio todos os dias, custando R$ 50 a diária, e virou alvo da polícia por maus-tratos e abuso contra cachorros.
Renata Cecília havia deixado os dois cachorros da raça spitz alemão por um mês, de 22 de dezembro até 23 de janeiro.
Ela relatou à polícia que recebeu um dos animais com ferimentos, carrapatos e pesando 1 kg a menos; já o outro estava morto, com o corpo deixado dentro de uma sacola plástica. Tudo aconteceu no dia do aniversário da empresária, na última terça-feira (23).
Renata acreditava que o novo cuidador estaria no apartamento de Izabel. A pedagoga contou que buscou os animais na casa do homem e estranhou por não ser no prédio do hotel para animais, onde ela tinha deixado os dois cães.
“Nunca imaginei que eles estavam com esse homem nesse local, porque se eu soubesse não teria deixado nunca”, completou.
No dia em que buscou os animais, o homem informou à Renata que um deles estava morto por causa de um atropelamento.
O animal que morreu foi levado para exames de necropsia. Segundo a equipe veterinária, foi realizado um raio x e não foram constatadas fraturas, mas que o caso dele era delicado.
O laudo final deve ser apresentado junto ao processo que está sendo movido contra a cuidadora de animais, de acordo com Renata, que foi bloqueada pela suspeita nas redes sociais e disse que ela trocou de número.
Já o animal que sobreviveu também recebeu atendimentos e não corre mais riscos.
A prática de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais domésticos ou domesticados é crime no Brasil e prevê prisão de dois a cinco anos, e multa.
No Pará, todas as denúncias de maus-tratos contra animais podem ser feitas pelo número 181, que funciona 24 horas por dia.
Outra forma de denunciar é à Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa), da Polícia Civil, pelo número (91) 3238-1225, em horário comercial.
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